Leandro, com oito gols, é o máximo artilheiro do Sul-Americano Sub-17 e diz: “me sinto muito feliz por ter sido goleador, não esperava e nem era esse o meu objetivo"
Fica claro que ainda não está acostumado a entrevistas e se surpreende quando a conmebol.com lhe solicita uma nota.
Está sentado, acompanhado por duas pessoas mais velhas, dialogando na tranquilidade do hotel Bourbon/Confederação, o lugar em que passou ao longo do certame, Sul-Americano Sub 17 disputado no Paraguai que terminou com duas alegrias: a conquista do Brasil, na parte coletiva e com ele, como artilheiro, no individual.
Leandro, com oito gols, é o máximo artilheiro do Sul-Americano Sub-17 e diz: “me sinto muito feliz por ter sido goleador, não esperava e nem era esse o meu objetivo". Eu quis ser útil à equipe, ajudar meus colegas e, felizmente, deu tudo certo. Se no final fui o goleador é pelo trabalho dos meus companheiros, é mérito de todo o grupo”.
Conmebol.com: Como começou a sua história no futebol?
Lenadro: Comencei na escolinha de Ribeirão Claro, estado do Paraná e logo fui ao Ituano de São Paulo.
c.c.: Quantos anos você tinha quando foi ao Ituano?
L: 13
c.c.: Como foi pra você uma transferência a tão curta idade?
L.: A nossa equipe jogou um amistoso em que estavam olheiros e ali me viram e me convidaram para jogar em São Paulo.
c.c.: Como foi ficar longe da família nessa idade?
L:: Difícil mas a gente tem que se acostumar, a princípio é muito complicado.
c.c.. Continua no Ituano?
L.: Não, agora estou no Ponte Preta.
c.c.: Já chegou a treinar com profissionais?
L.: Sim, algumas vezes treinei com o plantel principal.
c.c.: Suponhamos que com esta campanha que você fez no Sul-Americano o seu clube esteja contente…
L.: Sim, me ligaram e disseram que vamos ter uma reunião com os dirigentes, vamos ver o que acontece.
c.c.: Vocês têm consciência de que nestes torneios há muitos olheiros de clubes europeus?
L.: Sim, sabemos, inclusive falamos com nossos técnicos, mas tratamos de que isso não influencie nosso jogo, não pensamos nisso.
c.c.: Você disse que não era seu objetivo principal ser o goleador. Como se define? Em que posição gosta de jogar?
L.: Eu acho que tenho tranquilidade para jogar e gosto de jogar do meio de campo em diante, sou ofensivo e tenho velocidade também.
c.c.: Que jogador admira?
L.: Gosto muito do jogo do Robinho e do Neymar também.
c.c.: Trata de copiar algo deles?
L.: A gente trata de ver o que eles fazem mas é difícil de imitá-los, são grandes jogadores.
c.c.: Como sente, logo na sua idade, ser convocado para a seleção?
L.: É uma grande honra e uma emoção que não dá para explicar. Ainda mais me deram a camiseta número 10, foi uma linda surpresa.
c.c.: Como acha que vai seguir a sua carreira de agora em diante?
L.: Vou continuar no Ponte Preta até os 18 anos e daí vou ao Udinese da Itália, isso é algo que já foi entrado em acordo.
c.c.: Ah bom, por isso não te preocupavam os olheiros estrangeiros!
Sorri, da mesma maneira que hoje o futebol, tão cheio de mudanças, acelerado e inseguro sorri para ele. Tem apenas 16 anos e em dois mais as portas da Europa se abrirão. Haverá que segui-lo para ver se, como já aconteceu tantas vezes neste bendito futebol sul-americano, podemos falar de uma estrela que começou a brilhar num sul-americano Sub 17. Pelas dúvidas anotemos: Leandro, o novo nome do gol brasileiro.