Sem dúvidas é uma das grandes lutas do esporte em geral e do futebol em particular. A dura briga contra a dopagem não só admite claudicações mas, pelo contrário, obriga a permanecer em alerta
Sem dúvidas é uma das grandes lutas do esporte em geral e do futebol em particular. A dura briga contra a dopagem não só admite claudicações mas, pelo contrário, obriga a permanecer em alerta e a intensificar e aperfeiçoar tudo aquilo que tenha a ver com os controles que evitem que as armadilhas, através de drogas estimulantes, sejam instaladas no futebol.
O doutor Osvaldo Pangrazio é presidente da Comissão Médica da Conmebol e dialogamos com ele para conhecer como está indo a tarefa de combate ao doping no mundo em geral e na América do Sul em particular.
– Doutor Pangrazio, como está o doping no futebol mundial?
– Está sendo trabalhado arduamente no mundo todo e a questão do controle de doping no futebol é uma das prioridades e, neste sentido, nos sentimos bastante orgulhosos do labor que estamos desenvolvendo desde a Conmebol. Hoje podemos dizer com muita satisfação que a Confederação Sul-Americana é a organização continental que faz mais controles antidopagem. Um exemplo disso é que, para a Libertadores que vai começar agora, temos previsto 520 controles.
– Houve progressos nessa luta? Se ainda não se pôde erradicar, está se conseguindo ao menos diminuir a quantidade de dopagens?
– Avançou-se muito, felizmente. Há cada vez mais controles e, por sua vez, estes controles são mais rigorosos em relação aos métodos e às equipes, busca-se permanentemente a atualização porque sabemos que também é constante a busca de novos métodos de dopagem que tratam de enganar os controles, portanto devemos estar sempre atentos. A pouca quantidade de casos positivos no mundo nos dão a pauta de que as coisas estão sendo bem feitas, porém não devemos baixar a guarda.
– Além dos controles, que outras medidas são adotadas neste tema na medicina?
– Insiste-se muito na educação, esse é um fator fundamental, e acima de tudo tratamos de que cada vez mais os próprios jogadores saibam qual deve ser a conduta e os cuidados a seguir. Os médicos devem estar também atentos para as novas legislações vão surgindo neste campo que é um âmbito muito delicado e difícil. Por exemplo, os suplementos alimentícios é algo que vai adquirindo uma importância maior na hora dos controles.
– Trabalha-se em todas as divisões?
– Seria o ideal e essa é a meta. Agora, pela primeira vez, vamos fazer estes controles na categoria Sub 20, no sul-americano que é disputado na Argentina. Não serão em todas as partidas, mas mesmo assim já será um passo muito importante e é um grande êxito da Conmebol. Também estamos vendo a maneira de levar a cabo estes controles no futebol feminino
– Como se maneja as chamadas drogas sociais?
– Lamentavelmente a maconha e a cocaína aparecem com muita assiduidade nos controles e a luta é a mesma contra estas drogas.
– E o chá de coca?
– O que se deve fazer sempre é informar adequadamente de tudo aquilo que um jogador está ingerindo seja como medicamento ou, neste caso, um chá que tem a sua particularidade porque costuma ser consumido por jogadores que vão jogar na altura de La Paz. Com outros medicamentos também ocorre o mesmo, se um médico de uma equipe crê que deve recorrer a um tratamento que necessita certo remédio que contenha alguma substância que possa sair em um controle, o que ele deve fazer é avisar a respeito com a devida antecipação e solicitar a A.U.T (Autorização de Uso Terapêutico) para a comissão médica do torneio que estiver jogando.
– Especificamente em que se trabalha hoje em dia neste campo?
– Em tudo, tratamos de cobrir todos os flancos, desde a prevenção, a educação até os controles cada vez mais estritos. É uma tarefa difícil mas sem dúvidas vale a pena e temos a certeza que desde a Conmebol estamos dando passos firmes e concretos em busca da erradicação da droga no futebol.