Em sua apresentação como novo técnico do Grêmio, o técnico Luiz Felipe Scolari não escapou de perguntas sobre a seleção brasileira. O treinador, que comandou a equipe durante dois anos, em sua segunda passagem no cargo (na primeira, conquistou a Copa do Mundo de 2002), deixou transparecer certa mágoa com a forma com que foi tratado após as derrotas no Mundial do Brasil. No entanto, não usou essa palavra ou admitiu verbalmente, e demonstrou tranquilidade e bom humor durante o encontro com os jornalistas, a maioria do Rio Grande do Sul.
Logo em sua primeira declaração na apresentação, ao lado do presidente do Grêmio, Fabio Koff, Felipão disse que precisava de carinho, e que isso encontrou no clube. O técnico é ídolo da torcida gremista por ter conduzido o tricolor gaúcho ao título da Libertadores em 1995. Indagado sobre os reflexos em sua carreira que a goleada sofrida para a Alemanha na semifinal da Copa poderia ter, respondeu:
– Pode ter reflexo na imagem que algumas pessoas possam ter do resultado do Mundial. No cômputo geral do trabalho, não. Para mim, não. Mas se me perguntarem o que eu nunca vou esquecer é o resultado catastrófico de 7 a 1. Os resultados gerais não dão a oportunidade que algumas pessoas usaram para manifestar de forma muito pejorativa o que fiz até hoje. Mas também não estou nem aí para discutir mais isso, porque não vale mais a pena – declarou, sendo aplaudido por torcedores do Grêmio que acompanhavam a coletiva.
Scolari foi substituído por Dunga na direção da seleção ‘canarinha’.
Com o Grêmio conquistou 11 títulos, incluindo a Copa Libertadores-1995 e a Recopa Sul-Americana um ano depois.
