Histórico capitão da seleção equatoriana e técnico em ascensão, Alex Aguinaga já fez sua própria lista de favoritos para ganhar o Mundial Brasil-2014, em que incluiu o país anfitrião, seu eterno preferido.
O ex-volante que disputou com o Equador a Copa Mundo Japão e Coreia do Sul de 2002, também vê a Argentina, Alemanha e Espanha assediando a coroa, segundo revelou em entrevista exclusiva à AFP.
P: Quais são os favoritos para o Mundial?
R: Os de sempre, não tem surpresas quanto a seleções favoritas. Brasil, e pelo que se viu no processo eliminatório: Argentina, Alemanha, Holanda, Itália, Espanha. Aí pode entrar também a equipe francesa, a portuguesa. Os quatro mais fortes: Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha.
P: O troféu ficaria onde?
R: Gostaria que ficasse aqui na América.
P: Brasil ou Argentina?
R: Brasil tem mais equipe e é local. Gosto mais do Brasil, sempre fui torcedor do Brasil porque a Argentina, na época dos 70, era uma equipe bem rude, rústica. Depois a Argentina melhorou bastante, já jogava mais futebol, mas o Brasil sempre jogou um futebol belo e cada vez joga melhor.
P: Qual poderia ser a surpresa?
R: Adoraria que fosse o Equador (que chegou às oitavas em 2006) para que chegue o mais longe possível. Talvez alguma seleção africana, que sempre vai estar aí. Nigéria pode ser uma, Camarões outra das seleções mais fortes, e alguma asiática como a japonesa.
P: Quais serão os esquemas táticos que prevalecerão?
R: A tática que normalmente se utiliza é uma linha de quatro no fundo. Tem poucas seleções que jogam com uma linha de três, México é uma delas. Um 4-4-1-1 ou 4-4-2 que se maneja normalmente. A seleção espanhola joga com um 4-3-3, mas daí a linha de fundo, com uma linha de quatro, creio que vai ser a que mais predomine.
P: Quem são as figuras e suas perspectivas?
R: Teria que tomar a lista dos novos porque as velhas figuras já sabemos: Franck Ribéry (França), Cristiano Ronaldo (Portugal), Lionel Messi (Argentina), Andrés Iniesta (Espanha). Porém seria bom ver a lista dos jovens. Bélgica tem jogadores interessantes.
P: Que sorte o Equador terá ao enfrentar Suíça, Honduras e França na primeira fase?
R: Acho que tem que classificar às oitavas de final não porque seja uma obrigação, mas sem dúvida o Equador tem uma melhor maneira de jogar futebol. Nós sonhamos porque vemos que há tecido onde tem que cortar, mas tudo pode acontecer. Numa época, Argentina que foi a melhor do Mundial, foi eliminada na primeira rodada, e era uma seleção forte, poderosa. Também pode suceder isso com o Equador, mas na base do que vemos, que tem uma seleção importante, e na ordem das partidas na fase inicial nos ajudará bastante para poder classificar. Depois veremos, é um mano a mano, e temos que apostar por nossa seleção.
P: Qual é sua opinião sobre a seleção equatoriana?
R: É boa, é a melhor seleção de todos os tempos porque, quanto à quantidade de jogadores que estão militando no exterior e que são craques, hoje é muito mais do que tínhamos na minha época. Eram três ou quatro jogadores fora, agora são três ou quatro que jogam em casa, é uma seleção que tem muita qualidade, muita experiência e obviamente um peso a nível internacional mais importante.
P: A escola colombiana impôs seu selo na tricolor ao estar dirigida por técnicos cafeteiros praticamente desde 1995. Que diferenças sobressaem na equipo de Reinaldo Rueda?
R: A questão é a quantidade e qualidade dos jogadores. A qualidade está parelha, mas quanto à quantidade, hoje em dia a seleção está bem acima de qualquer uma de outras épocas porque os jogadores estão atuando em outro futebol, que permite ser melhores e crescer, ter um peso dentro do concerto mundial.
P: Qual considera o lado fraco da seleção de Rueda?
R: Continua sendo a defesa pela falta de entendimento entre os jogadores e as linhas, o que é normal porque para atacar é a iniciativa, a ilusão, a criatividade do jogador. Para defender, é mais ordem e trabalho, e essa parte é a que ainda a gente luta dentro do conjunto a fim de ter uma seleção muito mais poderosa. Estamos buscando a dupla que pode ser a atacante, não devemos esquecer a falta que nos vai fazer ‘Chucho’ (o atacante Christian Benítez, que faleceu em julho de 2013).
Por Santiago PIEDRA SILVA/AFP/Entrevista exclusiva
Foto: AFP
Edição: conmebol.com