O goleiro Keylor Navas, com memoráveis defesas, incluindo um pênalti decisivo de Theofanis Gekas e o meia Bryan Ruiz foram os heróis da classificação histórica da Costa Rica para as quartas de final da Copa do Mundo Brasil-2014 neste domingo.
O goleiro Keylor Navas, com memoráveis defesas, incluindo um pênalti decisivo de Theofanis Gekas e o meia Bryan Ruiz foram os heróis da classificação histórica da Costa Rica para as quartas de final da Copa do Mundo Brasil-2014 neste domingo.
Antes do início da Copa do Mundo, ninguém previa que a Costa Rica chegaria as quartas-de-final. A análise geral era de que os costarricenses seriam o “saco de pancadas” do grupo com três campeãs mundiais. Falava-se que, talvez, a Costa Rica poderia conseguir algum empate porque jogava com cinco defensores e tinha um dos melhores goleiros do mundo. Ou seja, talvez Inglaterra, Uruguai ou Itália dominassem os jogos contra os ticos, mas acabassem esbarrando em uma defesa sólida e em Keylor Navas.
A Costa Rica surpreendeu o mundo ganhando com autoridade e de virada do Uruguai. Fez um jogo excelente e venceu uma Itália lamentável. E empatou contra a Inglaterra, quando já estava classificada e seria primeira do grupo com a igualdade no marcador. Cristian Gamboa, Óscar Duarte, Giancarlo González, Júnior Díaz, Bryan Ruiz, Christian Bolaños e Joel Campbell haviam estado em destaque e sido responsáveis pelos resultados costarricenses. Keylor Navas, o destaque do time antes do início do mundial, estava sendo seguro no gol, mas não havia sido um fator determinante nos jogos.
Nas oitavas-de-final, contra a Grécia, em sua pior atuação na Copa do Mundo, os centro-americanos fizeram o primeiro gol do jogo, com Bryan Ruiz. Tudo parecia encaminhado para uma vitória sem brilho, mas que levaria os costarricenses as quartas-de-final pela primeira vez na história. Até que Óscar Duarte foi expulso.
A Grécia estava jogando bem. Melhor que a Costa Rica. Com um jogador a mais em campo, os gregos abriram mão de seu DNA defensivo e se lançaram ao ataque. Kostas Mitroglou e Theofanis Gekas dentro da área. Lazaros Christodoulopoulos e Georgios Samaras pelos lados do meio-campo. José Holebas avançando muito pela esquerda. Era impossível que a Costa Rica não sofresse, por mais que faltasse criatividade aos gregos. Isso obrigou que, finalmente, aparecesse Keylor Navas para ser o salvador e herói costarricense.
Keylor Navas fecha o arco
Em 2064, certamente os amantes do futebol se recordarão da atuação história de Keylor Navas. Foram várias defesas de grande nível e muita segurança em toda tentativa grega. Sokratis Papastathopoulos conseguiu empatar o jogo, mas o gol saiu justamente após uma excelente defesa de Keylor Navas.
O cabeceio de Kostas Mitroglou no último lance do tempo normal e a finalização com o pé direito do próprio Mitroglou no último lance da prorrogação. Em ambos os casos, poderiam ter sido o gol da vitória da Grécia. Poderiam. Keylor Navas não deixou. Duas defesas que estão na história das Copas do Mundo.
Após 120 minutos mais acréscimos, tendo jogado 60 minutos com um jogador a menos, a Costa Rica ainda estava viva. Ainda estava viva porque Keylor Navas foi heroico. Joel Campbell e Bryan Ruiz não conseguiam nem caminhar após tanto esforço, mas ainda precisavam cobrar os pênaltis na disputa para saber quem estaria nas quartas-de-final. Em todo o mundo, quem torcia pela Costa Rica falava a mesma coisa: “será necessário mais um milagre de Keylor Navas”.
Keylor Navas, claro, não decepcionou. Adiantou-se quase dois metros para defender o pênalti de Gekas, mas nem o árbitro Benjamin Williams, nem ninguém, se atreveria a tirar de Keylor seu posto de herói.
Em sua pior atuação na Copa do Mundo 2014, a Costa Rica venceu porque foi justamente a seleção que se esperava antes do mundial. A seleção onde Keylor Navas poderia ter uma atuação histórica e fazer com que seu país conseguisse um resultado positivo.
Bryan Ruiz, heróico
Copa do Mundo de 2014 será inesquecível para Bryan Ruiz. O meia-atacante de 28 anos, que pertence ao Fulham e está emprestado ao PSV, já havia decidido contra a Itália, pelo Grupo D, ao fazer o gol da vitória por 1 a 0. Neste domingo, na mesma Arena Pernambuco, o capitão costarriquenho marcou novamente, desta vez contra a Grécia, pelas oitavas de final, e depois do empate por 1 a 1, converteu um dos pênaltis na decisão que leva o time da América Central pela primeira vez na história às quartas de um Mundial.
O melhor resultado até então havia sido conquistado na Copa de 1990, quando a Costa Rica também chegou às oitavas, mas acabou foi eliminada pela Checoslováquia. Desde então, a equipe da Concacaf havia chegado somente à fase de grupos, sendo eliminada em 2002 e 2006.
Para conquistar sua vaga, a Costa Rica contou novamente com a presença decisiva de Ruiz. Comparado a Thomaz Bellucci no Brasil por conta de sua aparência, o camisa 10 havia mostrado contra a Itália sua boa presença na área ao fazer o único gol da partida de cabeça depois de cruzamento de Junior Diaz.
Neste domingo, o capitão costarriquenho aproveitou o espaço conferido pela marcação grega para tirar o zero do placar. Aos 7min do segundo tempo, Ruiz aproveitou bola cruzada por Christian Bolaños e bateu da entrada da área no canto esquerdo do goleiro Orestis Karnezis, que não teve reação.
Agora a Costa Rica enfrentará nas quartas de final neste próximo sábado no Arena Fonte Nova de Salvador (nordeste) a Holanda, que ganhou do México por 2-1 nas oitavas de final neste domingo.
Texto e Foto: AFP
Edição: conmebol.com