Desde o começo do Mundial, os comerciantes do famoso bairro turístico de Copacabana no Rio de Janeiro apertam as mãos ante os bons negócios… “Mesmo que seja inverno, é como se fosse Ano Novo todos os dias”…
Desde o começo do Mundial, os comerciantes do famoso bairro turístico de Copacabana no Rio de Janeiro apertam as mãos ante os bons negocios.
“Mesmo que seja inverno, é como se fosse Ano Novo todos os dias”, diz Juan de Lima, um dos gerentes do quiosque Ray e Ysarah que está nas margens da praia mais famosa do mundo, cujos fogos artificiais atraem cada 31 de dezembro mais de um milhão de pessoas.
Para enfrentar a demanda, Juan teve que apelar a dois empregados adicionais e ampliou o horário do seu quiosque, que agora oferece comida e bebidas 24 horas do dia aos turistas vindos do mundo inteiro.
Aqui, as cervejas, caipirinhas, pizzas e frango passarinho são vendidos como churros e estes quiosques com uma vista ao mar grandiosa não se vaziam nunca, seja de dia ou de noite.
Vedette de vendas: a “agua de coco” (um grande coco verde gelado e furado, com um canudo para tomar seu suco), pedindo toda a hora. “Normalmente nesta época do ano vendemos 50 por día. Porém graças à Copa vendemos de 200 a 300 diários”.
“Nossos melhores clientes são os americanos, realmente gastam sem contar o dinheiro”, explica Juan.
Antonio é um dos comerciantes que ficou curto de raiz da forte demanda. “Nossas vendas aumentaram de 70% a 80%. Nós ficamos várias vezes sem laranjas nem maracujás, porque os provedores não entregaram a tempo”, lamenta.
“Alguns [dos meus empregados] puseram boa vontade e trabalham o dobro que em tempo normal, e outros trabalham em seus dias livres”, diz Antonio, explicando que não pode encontrar pessoa disponível para trabalhar neste período.
“Só durmo cinco horas por noite, más vale a pena fazer um esforço”, assegura este homem de 67 anos.
Procura-se vendedor
Não longe dali, Suane Pinto, responsável de uma loja que vende chinelos –um clássico carioca– reconhece ter “multiplicado suas vendas por 10”.
“Desde que começou o Mundial, temos muitos clientes. Ficamos praticamente a jornada inteira na loja, é um pouco complicado”, explicou a jovem de 24 anos em meio de centenas de modelos de chinelos brasileiros.
“Vendemos tantas que às vezes faltam alguns números. O padrão da loja deve aumentar o stock, porém não estamos seguros que chegará antes do fim do Mundial”. Os números altos fazem alguns clientes saírem decepcionados.
Justo do lado, na vitrine de uma loja de roupa, se lê: “Procura-se vendedor ou vendedora”.
A duas quadras dali, em um restaurante vizinho que propõe um buffet “ao quilo”, uma fórmula muito normal no Brasil na qual vende comida por peso, Diógenes da Silva assegura ter previsto tudo para a Copa.
“Contratamos novos empregados, fizemos formações especiais, aumentamos nossos stocks e incluso compramos novos equipamentos de cozinha”, sorri no meio de um monte de clientes que chegaram para almoçar antes do meio-dia.