Dois anos atrás, o Atlético de Madri definhava no meio da tabela no campeonato espanhol. Chegou o técnico da Argentina, Diego Pablo Simeone, e com sua mistura de solidariedade e generosidade, transformou o clube em um ogro insaciável, que poderia virar um líder em 2013.
Dois anos atrás, o Atlético de Madri definhava no meio da tabela no campeonato espanhol. Chegou o técnico da Argentina, Diego Pablo Simeone, e com sua mistura de solidariedade e generosidade, transformou o clube em um ogro insaciável, que poderia virar um líder em 2013.
“Intensidade”, “agressividade” ou “trabalho em equipe” são apenas alguns dos ingredientes que se aplica ao treinador argentino, que repete estas palavras em suas entrevistas coletivas.
Sob sua direção, o Atlético de Madrid venceu a Liga Europa e a Supercopa Europeia em 2012, e a Copa do Rei em 2013.
E o time ‘colchonero’ continua crescendo. E não é a toa, assinou o melhor começo de temporada de sua história na liga, classificou para a fase eliminatória da Liga dos Campeões como o líder de sua chave e perdeu apenas uma vez desde o início do campeonato, além de somar vitórias importantes como contra o Real Madrid no Santiago Bernabéu (1-0).
“Eu quero ganhar e sempre quero mais, em todas as situações”, Simeone foi justificado no domingo passado, depois de vencer o Valencia por 3-0, e pedir aos seus jogadores um quarto gol para ficarem em primeiro lugar na liga. “Eu não gosto de passividade e quero avançar daqui para frente, que a equipe não se contente com o que estava fazendo”.
“Viver cada jornada como se fosse a última”
Atlético de Madri, segundo lugar na classificação, empatado em pontos com o Barcelona (43) e com a mesma diferença de gols (+34), mas com um tanto a menos a favor, quer terminar o ano como o líder da Espanha e espera obter um grande resultado no sábado em casa contra o Levante (19h00 GMT).
Para ser líderes em um campeonato tradicionalmente comandado pelo ‘duopólio’ Real Madrid-Barcelona não deveria alterar o estado de espírito do plantel de Simeone, que transformou sua equipe em um espelho do que ele mesmo foi como jogador no Atlético de Madri e na Argentina.
“Quando assumi a equipe, ela estava passando por um momento difícil. Para sair disso, nos concentramos unicamente no presente, que é o único em que podíamos trabalhar”, disse o treinador de 43 anos.
O ‘leitmotiv’ de Simeone, não podia ser outro, é ir de “jogo em jogo”.
“Nós somos o Atlético de Madri e seguimos o caminho que consideramos mais justo e realista, que é viver cada jornada como se fosse a última”, resumiu.
Plantel homogêneo
É difícil acreditar que um time que vendeu o seu melhor jogador, o colombiano Radamel Falcao por 60 milhões ao Mónaco, seja este ano melhor que o último. Mas a revelação da temporada foi o atacante hispano-brasileiro Diego Costa, artilheiro do torneio junto com o português Cristiano Ronaldo, com 17 gols.
Além disso, sem Falcao, o time joga um futebol mais coletivo e solidário, que tem ajudado a compensar a sua baixa.
Costa é, de fato, a imagem perfeita do que é esse time. Acima, o par Villa-Costa é letal, enquanto que o meio-campo combina criatividade com Koke e o turco Arda Turan, e sacrifício, com Gabi e o português Tiago. Na defesa, é um muro impenetrável e só recebeu 9 gols, sendo o melhor time do campeonato nesta faceta. A dupla Miranda-Godin é praticamente inexpugnável.
O plantel ganha destaque pela sua homogeneidade e, no dia em que o titular não estiver presente, o seu substituto cumpre bem o seu papel. É, por exemplo, o caso de Raul Garcia, uma suplente de luxo que fez 5 gols em todas as competições no mês passado.
Após a pausa de inverno e um deslocamento a Málaga, no início de janeiro, o Atlético de Madri poderá confirmar as grandes sensações que deixou neste princípio de campanha contra o Barcelona na última jornada da primeira volta da Liga.
Por Jean DECOTTE / AFP
Foto: AFP
Edição: conmebol.com