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Gustavo Morelli: “Na América do Sul devemos lutar juntos contra a violência”

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A Associação Paraguaia de Futebol realizou recentemente um seminário denominado “Estádios seguros, compromisso de todos” que foi dirigido por Gustavo Morelli, oficial de segurança e instrutor da FIFA e da Federação Colombiana de Futebol.

O ponto que se refere à segurança nos estádios é um dos mais preocupantes a nível continental. Tanto que cada uma das associações membro da CONMEBOL bem como a própria entidade reitora do futebol sul-americano realizam permanentes estudos, seminários e palestras com o fim de estabelecer pautas que ajudem a desterrar ou, pelo menos diminuir, a violência nos estádios da América do Sul.

A Associação Paraguaia de Futebol realizou recentemente um seminário denominado “Estádios seguros, compromisso de todos” que foi dirigido por Gustavo Morelli, oficial de segurança e instrutor da FIFA e da Federação Colombiana de Futebol. O seminário, que tratou sobre a segurança nos estádios e a figura do oficial de segurança dos clubes de futebol, “foi um sucesso e tenho certeza estamos dando um grande passo”, de acordo ao indicado por Bernardino Caballero, administrador do estádio Defensores del Chaco e também integrante da Comissão de Segurança criada a nível interinstitucional no Paraguai. Acrescentou que “a ideia de trazer o senhor  Morelli foi porque existem muitas similitudes de comportamento das torcidas de ambos os países e eles impulsionaram leis para garantir e, acima de tudo, trabalhar na prevenção organização de eventos esportivos. Faremos também uma comparação com a nossa realidade e o que eles foram passando através da experiência e evolução da tecnologia na prevenção, controle e resposta aos fatos delitivos nos estádios e seus arredores”.

O seminário contou com a participação de representantes de segurança dos clubes de Primeira Divisão, representantes da Polícia Nacional, da Promotoria Geral do Estado, do Ministério do Interior e da Secretaria Nacional do Esporte.

Gustavo Morelli: “Um compromisso de todos”.

Ao finalizar o seminário a conmebol.com dialogou com o senhor Gustavo Morelli quem, logo no início, destacou que “foi um encontro muito positivo. É necessário que trabalhemos unidos neste tema da violência, isto é realmente um compromisso de todos que amamos o futebol”.

conmebol.com: Qual foi a ênfase neste seminário, senhor Morelli?

Gustavo Morelli: Em todos aqueles pontos que são importantes para um trabalho adequado de segurança. Esta é uma tarefa complexa, que tem muitos aspectos que atender globalmente para que possa alcançar o êxito.

c.c.: Qual é a base?

G.M.: O compromisso de todos, incluindo de maneira importante o Estado, esta é uma luta que deve contar com o apoio do governo, deve ser algo de política pública através de cada ministério do Interior

c.c.: Como estão está sendo o trabalho na Colômbia com as ‘barras bravas’?

G.M.: É um trabalho difícil, delicado, mas deve-se encarar com convicção e inteligência. Nós estamos trabalhando muito nos bairros porque as barras não são dos estádios, são dos bairros. Trabalhamos em todas as ordens, educação, conscientização, prevenção, enfim, sabemos que a violência é muito difícil de erradicar por completo mas estamos conseguindo diminuir os índices.

c.c.: Fala-se muito do exemplo inglês com os hooligans

G.M.: Sim, mas então devemos colocar-nos de acordo e implementar medidas mais severas a nível de penas e sanções. Ali conseguiram colocar cercas porque as penas para aquele que joga algo dentro do campo de jogo, ou para quem entra em campo são duríssimas. Na Colômbia estamos colocando cercas também em vez de deixá-las cada vez mais altas, a culpa não são das cercas mas das pessoas. Deve-se trabalhar também no direito de admissão, devemos chegar ao ponto em que o público seja identificado através de impressão digital.

c.c.: Dentro da complexidade do tema, está avançando a tarefa de combater a violência nos estádios?

G.M.: Sim, estamos avançando e sabemos que cada país tem seus próprios métodos. O que deveríamos buscar é um trabalho coordenado, um trabalho globalizado a nível continental. Na América do Sul deveríamos lutar juntos contra a violência.

R.S./conmebol.com

Foto: página web da APF

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