Uruguai é a única equipe “que pode quebrar psicologicamente a seleção do Brasil” no Mundial de 2014, estimou o ex-craque Zico, lembrando o triunfo surpressivo da celeste na final de 1950 no Maracanã.

“Uruguai pode ser a única seleção que pode quebrar psicologicamente a seleção brasileira”, disse Zico, de 61 anos, ’10’ da seleção brasileira nos mundiais de 1978, 1982 e 1986 e ídolo do Flamengo carioca, em entrevista com o jornal O Estado de São Paulo.

“Aí fica essa coisa de ‘agora é uma obrigação ganhar’ e isso pode desestabilizar, porque vai ter muita gente falando de 1950”, disse.

O ‘Maracanaço’ da “insegurança” à Seleção atual, assegura o grande artífice do “jogo bonito” da seleção brasileira da década de 1980 que, dirigida por Telê Santana, assombrou o mundo na Espanha-1982 e México-1986, porém ficou com as mãos vazias.

“Igual que quando um enfrenta uma fraca equipe e pensa que vai sair o gol e o gol não sai, e um começa a se desesperar, e atua rápido, e falha, falha, fica com medo de falhar outra vez, já não joga com confiança. e acho que Uruguai, além de ser uma grande equipe, com todos os jogadores atuando fora e com um grande ataque, com Suárez, Cavani ou o próprio Forlán, acho que pode aproveitar isto”, afirmou.

Zico considera a Argentina como o principal adversário do Brasil na Copa do Mundo, que começa no dia 12 de junho, “porque entendeu que devia jogar para Messi”, porém “preferiria enfrentar a Argentina na final” e “não Uruguai”.

Zico confessa que “sinceramente”, ficaria tranquilo se Uruguai ficasse fora na primeira fase.

Destaca assim mesmo a Itália entre os europeus e diz que o jogo da Holanda não tem nada de bonito.

“Entre os europeus, acredito mais na Itália. O jogador italiano se transforma em uma competição oficial. Gostei muito de ver na Copa de Confederações (onde Itália ficou em terceiro), porém os jogadores estavam desanimados, mortos. No Mundial não será a mesma coisa, chegarão frescos”, indicou.

“Holanda está jogando um futebol que eu não gosto, que não me lembra um futebol agradável de ver (…) Não é uma seleção que impõe respeito”, disse Zico. Estimou que os ‘Orange’ pegaram um grupo fácil e que suas dois principais armas ofensivas, Sneijder e Van Persie, não estão em forma.

Zico considerou assim mesmo que Espanha “não tem mais goleador” desde que David Villa não é mais titular e que a baixa de Carles Puyol representa a perda de um jogador importante para “o ânimo da equipe”.

Texto: AFP

Foto: AFP (Arquivo)

Edição: conmebol.com