Espanha despedia nesta terça-feira da lenda do Real Madrid, Alfredo Di Stéfano, prestando homenagem a um dos melhores futebolistas da história que inspirou milhões de seguidores durante o isolamento da ditadura franquista.
Espanha despedia nesta terça-feira da lenda do Real Madrid, Alfredo Di Stéfano, prestando homenagem a um dos melhores futebolistas da história que inspirou milhões de seguidores durante o isolamento da ditadura franquista.
Centenas de pessoas esperavam na longa fila ao redor do estádio Santiago Bernabéu para visitar a capela instalada no santuário branco pelo falecimento de Di Stéfano na seguda-feira, dois dias depois de sofrir uma parada cardiorrespiratória.
Os admiradores da ‘Saeta rubia’ se inclinavam respeitosamente ao passar na frente do caixão, envolvido com uma bandeira do Real Madrid.
Em torno, alinhavam-se grandes coroas de flores brancas e numerosos troféus que o lendário atacante hispano-argentino contribuiu em levantar entre 1950 e 1960 durante o ciclo mais exitoso da história do clube.
Entre os muitos que foram ao Santiago Bernabéu destacou-se o atual capitão do Real Madrid, Iker Casillas, que abraçou os familiares do ex-futebolista, todos vestidos de luto.
Apesar de restar poucos que desfrutaram ao vivo do seu jogo, a velocidade impressionante de Di Stéfano, seus gestos elegantes e sua voracidade goleadora permanecem no imaginário coletivo espanhol.
Sua lenda sobreviverá eternamente
Antes da chegada do argentino em 1953, o palmarés do que agora é o clube mais laureado da Espanha se limitava a duas ligas e nove copas.
Di Stéfano, cortejado pelo espanhol Francisco Gento, o francês Raymond Kopa e o húngaro Ferenc Puskas, protagonizou nos anos 1950 e 1960 o período mais glorioso do time com cinco Copas da Europa consecutivas, oito ligas, uma Copa Intercontinental e uma Copa da Espanha.
“Nos deixou apesar de que sua lenda sobreviverá eternamente”, afirmava segunda-feira o presidente da entidade e amigo do ex-jogador, Florentino Pérez.
Presidente honorífico da entidade desde 2000, Di Stéfano se havia tornado num símbolo passado e presente do Madrid, encarregado de receber as fichagens dos últimos anos como o francês Zinedine Zidane, o inglês David Beckham, o brasileiro Ronaldo ou o português Cristiano Ronaldo.
De caráter vencedor em campo mas ao mesmo tempo entranhável em distâncias curtas, aqueles que o conheceram se lembram de seu caráter afável.
José Luis Saura, um contador aposentado de 86 anos que trabalhaba para o clube mencionou “Era um homem amável com todo mundo, com a imprensa, com os empregados”.
“Na Espanha pobre, isolada, envelhecida e centrada em si mesma da segunda metade dos anos cinquenta houve algo a que apegar-se: o Real Madrid, a Copa da Europa, esses remotos jogos em Belgrado, em Viena, em Milão, em Bruxelas, em Glasgow…”, recordava o diretor do jornal esportivo As, Alfredo Relaño.
“A velha, firme e prestigiosa Europa, só se inclinava ante nós se estivessem o Real Madrid e Di Stéfano”.