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O comovente adeus a Eusébio

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Milhares de fãs prestaram homenagem nesta segunda-feira debaixo da chuva o lendário jogador de futebol Eusébio, tanto nas ruas de Lisboa quanto no Estádio da Luz, que tantas vezes brilhou a Bola de Ouro de 1965.

Milhares de fãs prestaram homenagem nesta segunda-feira debaixo da chuva o lendário jogador de futebol Eusébio, tanto nas ruas de Lisboa quanto no Estádio da Luz, que tantas vezes brilhou a Bola de Ouro de 1965.
Milhares de lisboetas acompanharam o percurso do cotejo fúnebre pelas ruas da capital portuguesa e cerca de 10.000 torcedores do Benfica se reuniram no Estádio da Luz, onde o caixão com os restos mortais do jogador deram uma última volta no campo, tal como era o desejo de Eusébio.
A bordo de uma limusine preta, o caixão, coberto com a bandeira vermelha do Benfica, chegou ao estádio do clube de toda a sua vida às 13h38 GMT e foi rapidamente levado para o centro do terreno de jogo, onde foi instalado sobre uma laje dourada.
O carro logo partiu para dar lentamente a volta ao estádio, ao mesmo tempo que soava a canção “Con te partiro”, cantada pelo italiano Andrea Bocelli.
Na primeira fila estavam todos os jogadores atuais do Benfica, reagrupados em torno de seu treinador Jorge Jesus.
“Eusébio era um extraterrestre como (Cristiano) Ronaldo ou (Lionel) Messi. Será um mito eterno do Benfica”, declarou o treinador.
O cortejo fúnebre deixou o estádio às 14h25 GMT para passar por algumas das principais ruas da cidade e chegar ao ajuntamento na capital às 15h05 GMT.
Depois de uma breve cerimônia, o caixão partiu em direção à Igreja do Seminário, perto do Estádio da Luz, onde a cerimônia religiosa foi realizada a partir das 16h12 GMT com a presença de inúmeras personalidades do país, incluindo o presidente da República Aníbal Cavaco Silva e o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Estava previsto que uma hora depois, os restos mortais de Eusébio fossem enterrados no cemitério de Lumiar, ao norte de Lisboa.
No domingo e segunda-feira de manhã , muitas pessoas relacionadas com o futebol, jogadores e torcedores do clube se reuniram na capela do jogador, instalada no próprio Estádio da Luz, para prestar sua particular homenagem.
Seu corpo foi exposto perante uma grande águia branca com as asas estendidas, símbolo do clube de Lisboa em que Eusébio militou durante toda a sua carreira (de 1960 a 1975) e com que ganhou onze ligas e cinco copas de Portugal.
Aos pés do caixão foi posta uma fotografia do ex-jogador, decorado com orquídeas.
“Portugal perdeu um dos seus mais amados filhos, Eusébio da Silva Ferreira. O país chora a sua morte”, disse neste domingo o presidente, Anibal Cavaco Silva, resumindo o sentimento de todo um povo.
Portugal acordou nesta segunda-feira ainda comovido pela morte de um dos maiores ídolos do país e as manchetes dos meios se dedicaram a Eusebio.
“Um dos melhores de todos os tempos”, “Um eterno campeão”, o ” Herói do Benfica”, são algumas das manchetes da imprensa lusa dedicando àa Eusebio, admirado tanto como jogador de futebol quanto pelo seu comportamento fora do campo, em que foi considerado um “gentleman”.

Panteão Nacional

Algumas vozes, inclusive, reclamaram já que seus restos mortais fossem transferidos ao Panteão Nacional, onde está enterrada, por exemplo, Amalia Rodrigues, a Rainha do Fado, outro dos grandes mitos portugueses, falecida em 1999.
Eusébio da Silva Ferreira, apelidado de “Pantera Negra”, morreu como consequência de uma parada cardíaca aos 71 anos . Nasceu em 25 de janeiro de 1942, em Lourenço Marques, ctual Maputo, capital de Moçambique, então colônia portuguesa, no seio de uma família numerosa.
Aos 19 anos foi contratado pelo Benfica por suas prodigiosas qualidades técnicas e físicas, tornando-se o melhor jogador português de todos os tempos, rivalizando com grandes estrelas mundiais como o brasileiro Pelé e o hispano-argentino Alfredo Di Stefano.
Pelé lamentou a morte de seu “irmão”, e muitas outras pessoas relacionadas com o futebol publicaram mensagens de lembrança para Eusébio tais como o presidente da FIFA, Joseph Blatter, o selecionador brasileiro Luis Felipe Scolari, Zico, George Best ou Bobby Charlton concordaram em qualificá-lo como uma “lenda” e “um dos maiores jogadores da história”.
“Fui o melhor jogador do mundo, máximo artilheiro do mundo e da Europa. Já fiz de tudo, exceto ganhar um mundial”, disse Eusébio em 2011, lembrando das lágrimas derramadas ao perder a semifinal do Mundial-1966 contra a Inglaterra (2-1).

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