O atacante Salvador Cabañas, ex-ídolo do América do México e da seleção paraguaia, vestirá a camisa ’10’ de um modesto clube de São Paulo numa nova tentativa de voltar ao futebol após aquele disparo na cabeça que truncou sua carreira em 2010.
O atacante Salvador Cabañas, ex-ídolo do América do México e da seleção paraguaia, vestirá a camisa ’10’ de um modesto clube de São Paulo numa nova tentativa de voltar ao futebol após aquele disparo na cabeça que truncou sua carreira em 2010.
O jogador paraguaio firmará contrato com o Tanabi, mas jogará apenas três partidas. A informação foi dada pelo presidente do clube, Irineu Alves. O contrato será registrado com validade de três meses (tempo mínimo exigido).
A princípio, a participação de Cabañas será por três partidas, mesmo ele estando apto na Federação a realizar mais partidas (o Tanabi disputará outros jogos neste período).
“O contrato será para três jogos e terá validade a partir do dia 1º de abril, com direito a ser rescindido caso ele arrume uma oportunidade melhor. O que o Tanabi está fazendo é abrir as portas para ele recomeçar”.
Se a vinda do atacante gerar bons patrocínios, pode haver a extensão do vínculo, frisa o dirigente.
O atacante paraguaio estreia no dia 6 de abril, em compromisso do Tanabi contra o Olímpia, pela Segundona Paulista (equivalente à 4ª divisão). Cabañas também atuará nos dias 13 e 20 de abril, diante do Fernandópolis e Barreto, respectivamente
A folha salarial de todo o elenco é de apenas R$ 6 mil. Cabañas receberá mais do que todo o elenco junto. O presidente não revela quanto Cabañas receberá.
“O valor que daremos ao Cabañas é simbólico, mas que dá para ele se sustentar e dá pra ele sobreviver. Não é o que ele merece, mas é o que o clube pode oferecer no momento”.
A contratação de Cabãnas partiu de uma aventura dos dirigente do Tanabi. Eles saíram de carro do interior paulista até o Paraguai à procura do atacante. Ao chegar ao país vizinho, o dirigente foi avisado de que Cabañas estava no Chile.
Os dirigentes entraram em contato com o pai do atacante, que acionou Cabañas. O acordo foi formalizado no Paraguai. A volta de carro ao Brasil foi marcada por insegurança.
“Coisa de maluco o que eu passei no Paraguai. Você não tem ideia. É fome, medo, guarda roubando a gente. Eles sempre nos paravam, pediam documentos. Não podiam ver placa do Brasil e sempre acham que estamos lá para roubar”.
Há pouco mais de quatro anos, Cabanãs levou um tiro na cabeça em uma boate na Cidade do México e viu sua carreira como jogador de futebol ser interrompida tragicamente. Hoje com 33 anos, ele ajuda seus pais na padaria da família, no Paraguai, continua treinando e pode se tornar comentarista esportivo na televisão.
Atualmente acorda às quatro da manhã para distribuir o pão que será entregue aos clientes de seus pais, Dionisio e Basilia Cabanãs. “Distribuímos pães nos arredores de Itaguá. Gosto do trabalho. As pessoas me reconhecem e perguntam, sobre futebol claro. Digo a eles que me divirto muito”, afirmou Cabanãs à agência AFP.
Texto e foto:AFP
Edição: conmebol.com