Pela segunda vez levou o Atlético de Madrid a uma final da máxima competição europeia e pela segunda vez com um treinador argentino: em 1974 perdeu a final da Copa da Europa com Juan Carlos Lorenzo e neste sábado jogará a de 2013-2014 com Diego Simeone.
Pela segunda vez levou o Atlético de Madrid a uma final da máxima competição europeia e pela segunda vez com um treinador argentino: em 1974 perdeu a final da Copa da Europa com Juan Carlos Lorenzo e neste sábado jogará a de 2013-2014 com Diego Simeone.
As instruções que vêm do banco de reserva têm sotaque argentino, nas grandes temporadas do clube ‘colchonero’, mas Simeone propôs não tropeçar no último degrau, como ocorreu com seu compatriota na final há quatro décadas.
Ali o Atlético tinha o triunfo em suas mãos, com um gol de Luis Aragonés sobre o Bayern de Munique na prorrogação, porém no último minuto os bávaros igualaram esse duelo em Bruxelas e forçaram um jogo de desempate, onde os muniqueses, com ‘dobletes’ de Uli Hoeness e Gerd Müller, impuseram 4-0.
Lorenzo teve um passo efêmero pela reserva do Atlético, uma equipe na qual tinha jogado como meio-campista de 1954 a 1957, mas só treinou naquele ano de final europeia, antes de voltar a Argentina para tomar as rédeas do Unión de Santa Fé.
A final de Bruxelas é um dos traumas históricos para a equipe da capital espanhola, porém agora outro argentino, ‘Cholo’ Simeone, pode conseguir o que ‘Toto’ Lorenzo não conseguiu.
Tanto um quanto outro tem vários pontos em comum. Um deles o carisma inegável e outro a sua alma de viajante, que fez procurar a sorte em vários países.
Lorenzo, como jogador, destacou no Chacarita e Boca Juniors, antes de passar para a Itália (Sampdoria), França (Nancy) e finalmente a Espanha, onde jogou nos anos cinquenta para Atlético, Rayo Vallecano e Mallorca.
Foi precisamente ali, no Mallorca, onde começou como técnico e iniciou uma longa carreira por vários clubes. No estrangeiro passou pela Espanha (Mallorca, Atlético de Madrid), Itália (Lazio, Roma), México (Atlante) e Colômbia (Independiente Santa Fe), enquanto ia alternando etapas em equipes argentinas e inclusive na frente da equipe nacional.
A mais lembrada e pela qual passou a ser uma glória da história ‘xeneize’, seu trabalho no Boca Juniors, que guiou o time ao título na Libertadores (1977, 1978) e a Intercontinental (1977).
Caminhos paralelos
Quando morreu em 2001, na Espanha foi lembrado, acima de tudo, que tinha sido DT na final europeia de 1974.
“Juan Carlos ‘Toto’ Lorenzo, uma glória do futebol argentino”, titulou seu obituário o jornal espanhol El País, louvando o craque e mostrando sua longa carreira de êxitos.
Simeone também foi jogador e treinador na Argentina, Itália e Espanha, como Lorenzo, e em ocasiões nos mesmos clubes. É o caso do Atlético, porém também da Lazio italiana, onde jogou ‘Toto’, ou os argentinos River Plate e Racing Club, em que os dois treinaram.
Trás a conquista do décimo título na Liga espanhola, no fim de semana passado, Simeone foi exaltado por todos como o símbolo de um Atlético histórico.
O título europeu permitiria elevar à categoria de lenda e saldaria várias dívidas que continuam pendentes há 40 anos.
Por Diego REINARES/AFP
Foto: AFP
Edição: conmebol.com