O treinador argentino, um goleador que é quase uma lenda e uma geração de jogadores ex-patriados acabaram com uma maldição de 16 anos: a Colômbia volta com tudo num Mundial de futebol com uma fórmula em suas mãos.
O treinador argentino, um goleador que é quase uma lenda e uma geração de jogadores ex-patriados acabaram com uma maldição de 16 anos: a Colômbia volta com tudo num Mundial de futebol com uma fórmula em suas mãos.
Na sexta-feira, a seleção colombiana comprou o bilhete para a Copa do Mundo Brasil-2014 depois de um espetacular empate de três gols com o Chile, na cidade de Barranquilla.
Depois de estar atrás por 3-0, na primeira parte, o conjunto cafeteiro deu uma incrível demonstração de força física e mental para igualar o placar. O toque final de uma campanha que começou mal e, finalmente se deparou com a maior alegria para um país que idolatra o futebol.
Radamel Falcao Garcia, o goleador do AS Monaco francês, converteu dois gols de pêntalti. O ‘Tigre’, vai perder o último jogo da eliminatória contra o Paraguai, por acumulação de cartões, selou com dois tiros soberbos a sua participação nesta eliminatória sul-americana, que se consagrou como a ‘carta de gol’ dos colombianos para a Copa do Mundo.
“É uma equipe maravilhosa!”, resumiu o treinador colombiano, o argentino José Pekerman, outra das chaves do sucesso dos cafeteiros, após o duelo com os chilenos.
Suas palavras ressoam nos fãs e na mídia esportiva, que desde a época de Carlos ‘el Pibe’ Valderrama, René Higuita, Leonel Alvarez, Faustino Asprilla ou Freddy Rincón se espera tal façanha.
Essa geração, que participou no Mundial da Itália-1990, Estados Unidos-1994 e França-1998, foi a última que emocionou a torcida cafeteira antes da chegada de Radamel Falcao Garcia, James Rodriguez (AS Monaco) ou Juan Guillermo Cuadrado (Fiorentina, Itália), algumas figuras da orquestra de Pekerman composta quase inteiramente no futebol argentino e europeu.
“Foi mágico, verdadeiramente mágico! O incrível empate permitiu o festejo merecido de classificar para o Mundial. O realismo mágico existe: A seleção provou isso!”, escreveu o editor de esportes do jornal El Tiempo da Colômbia.
Com o empate, a Colômbia se afiança no segundo lugar na rodada com 27 pontos, cinco atrás da líder Argentina, que venceu por 3-1 na sexta-feira eliminando o Peru, em Buenos Aires, enquanto o Chile chegou aos 25, os mesmos pontos que o Equador depois de sua vitória por 1-0 sobre o Uruguai em Quito.
As outras chaves para o sucesso
Colômbia conseguiu voltar entre os convidados na Copa do Mundo, depois de anos de experiências fracassadas com técnicos colombianos, e depois de esperar pacientemente por germinar em terras estrangeiras uma nova geração de jogadores.
Mesmo a chegada do técnico José Pekerman, de 64 anos, que treinou a Argentina na Copa do Mundo de 2006, só foi possível depois de um ensaio no início das eliminatórias.
O DT da Colômbia substituiu Leonel Alvarez, que nos três primeiros jogos do pré-mundial conseguiu quatro pontos de nove possíveis contra a Bolívia como visitante, e Venezuela e Argentina como locais.
Sob a orientação de Pekerman, a Colômbia levantou a cabeça e venceu o Peru e, em seguida, veio a derrota 1-0 contra o Equador.
Desde setembro de 2012, a história foi diferente. Colômbia venceu o Uruguai por 4-0 em Barranquilla, em seguida, bateu o Chile por 3-1 e castigou o Paraguai 2-0.
Este ano começou com uma nova vitória sobre a Bolívia (5-0), sobre a Venezuela (1-0), empatou com a Argentina (0-0) em Buenos Aires, ganhou de novo o Peru (2-0), do Equador (1-0) e perdeu para o Uruguai (2-0) antes do empate heróico com o Chile.
Resultados que ratificaram a Pekerman como um técnico de disciplina, mais focado no que faz do que no que diz e capaz fazer brilhar as jóias colombianas. Sem dúvida, a alavanca que a seleção cafeteira precisava depois de anos de frustração.
Pekerman “é um cara muito experiente, jogou em mundiais, eliminatórias, ganhou mundiais juvenis e sabe como lidar com esse tipo de torneio que o coloca um passo à frente do resto: teve muitas experiências semelhantes às que estamos vivendo hoje com a Colômbia”, Falcao disse em uma entrevista recente com El Tiempo.
Com esse argentino cheio de técnica e disciplina e a garra de um ‘Tigre’, a nova seleção desfruta novamente do doce sabor do sucesso.
Por Hector Velasco / AFP
Foto: conmebol.com
Edição: conmebol.com
