Zico, o lendário do futebol brasileiro, inaugurou na quarta-feira em uma antiga base militar no Panamá, sua primeira escola de futebol fora do Brasil, um projeto que visa tirar centenas de crianças da pobreza e da violência.

“É a primeira escola “Zico 10″ fora do Brasil”, disse o astro do esporte de 60 anos à AFP, logo de fazer flexões com os jogadores que tinham sido punidos por falhar um gol.

Arthur Antunes Coimbra, mais conhecido como Zico, começou a sua iniciativa em 2008 no seu país. No Panamá começará com 150 crianças e jovens.

“Pula”, “salta”, “vamos, chuta a bola dentro”, gritava Zico, enquanto treinava um grupo de jovens em um campo pequeno na Ciudad del Saber, localizada às margens do Canal do Panamá onde operava, anteriormente, a base de Clayton dos EUA, agora sede das agências da ONU e outras organizações internacionais.

O projeto consiste de duas partes: uma comercial com o clube de futebol onde os participantes pagarão para treinar e jogar, a outra é social, com menores de áreas de alto risco que poderão praticar esporte de forma gratuita e, em troca, terão que tirar boas notas na escola.

“Para participar tem que estar estudando com frequência na escola e tirar boas notas. Caso contrário, não participa”, afirmou Zico, lembrado por seus magistrais lançamentos de tiro direto.

O diretor da escola panamenha “Zico 10”, Marcos Boccatto, disse que “o objetivo é utilizar o futebol não para formar jogadores, mas para formar homens”.

“É um desafio muito importante porque a primeira preocupação de Zico não é preparar jogadores profissionais, mas futuros adultos com benefício para a sociedade”, explicou Julio César Cruz, um dos treinadores.

Zico jogou pelo Flamengo (Brasil), Udinese (Itália) e o Kashima Antlers (Japão), foi 72 vezes internacional com o Brasil e participou dos Mundiais da Argentina 78, Espanha 82 e México 86.

Como treinador, trabalhou na Turquia, Uzbequistão, Rússia, Grécia e Japão, onde ele foi treinador (2002-2006).

Texto e foto: AFP

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