Alcançou a glória do jeito que sabe melhor. Aquela que vinha das profundezas da história, cheia de grandes jogadores e um modo indispensável de sentir o futebol. Com toque e bom jogo, Argentinos Juniors ganhou a Copa Libertadores naquela quinta-feira 24 outubro de 1985.
Tinha conquistado o Metropolitano de 1984 e com isso ganhou o direito de participar pela primeira vez no máximo torneio continental. Esperou sete meses para fazer sua estreia em um grupo exigente que compartilhou com Ferro Carril Oeste, Fluminense e Vasco da Gama, em tempos onde apenas o primeiro progredia.
Começou perdendo ante Ferro por 1-0, mas se recuperou com duas vitórias no Brasil: 2-1 sobre Vasco da Gama em São Januário e 1-0 ante o Flamengo 1-0 no Maracanã. Dividiu o primeiro lugar com outra equipe argentina e avançou sem deixar qualquer dúvida em um desempate triunfando por 3-1 (Claudio Borghi 2 – Carlos Ereros). Na semifinal o esperavam Blooming e Independiente, o campeão defensor, que chegou em igualdade de pontos na jornada final, mas com uma ligeira vantagem em gols para os "rojos" de Avellaneda, que eram locais. Em cinco minutos, Argentinos fez o 2-0 com gols de Mario Hernán Videla e Jose "Pepe" Castro. José Percudani rapidamente anotou, para dar ao resultado uma incerteza fabulosa, que durou até os 89 minutos , quando o árbitro marcou um pênalti para o Independiente. Marangoni rematou ao meio e Vidallé defendeu heroicamente classificando o time para a final contra o América de Cali.
O primeiro foi em 17 de outubro no estádio Monumental de River Plate, com vitória local por 1-0, com gols de cabeça de Emilio Commisso. Cinco dias depois, o elenco caleño venceria pelo mesmo resultado (Ortiz Willingto), deixando a definição para o terceiro jogo, a ser disputado 48 horas mais tarde, em Assunção. Os argentinos chegaram com dez e não podiam contar com seus dois pontas ("Pepe" Castro e Carlos Ereros), deixando o talentoso Claudio Borghi como única referência no ataque. Commisso abriu o placar e Ricardo Gareca igualou de cabeça. Sem benefícios na prorrogação foram para os pênaltis. A eficácia foi perfeita nos primeiros oito: Gareca, Olguin, Cabañas, Batista, Herrera, Pavoni, Soto e Borghi. O último da série para os colombianos esteve aos pés de De Avila, que rematou forte à direita do Vidallé, que desviou.
O árbitro chileno Hernán Silva cometeu um erro e terminou a partida, sem repara que para o Argentinos ainda restava um e que o score estava 4-4. Com sua habitual serenidade, Mario Videla colocou a bola e depois de uma curta corrida, direcionou a bola para a esquerda de Falcioni para que o Argentinos Juniors gritar de vez ‘campeão da América’.
Formações do último jogo.
Argentinos Juniors: Enrique Vidallé; Carmelo Villalba (Carlos Mayor), José Pavoni, Jorge Pellegrini (Miguel Lemme), Adrián Domenech; Jorge Olguín, Sergio Batista; Mario Videla, Renato Corsi, Emilio Commisso; Claudio Borghi. DT: José Yudica. América de Cali: Julio Falcioni; Hugo Valencia, Gonzalo Soto, Henry Viáfara, Gabriel Chaparro; Pedro Sarmiento, González Aquino, Roberto Cabañas; Willington Ortíz (Antonhy De Ávila), Ricardo Gareca, Juan Battaglia (Hernán Herrera). DT: Gabriel Ochoa Uribe.
Eduardo Bolaños/conmebol.com
Foto: internet