O portal FIFA.com destacou nesta segunda-feira o labor do goleiro paraguaio nacionalizado equatoriano, Librado Azcona, herói da classificação de sua equipe Independiente del Valle, às quartas de final da Copa Bridgestone Libertadores 2016, eliminando o atual campeão River Plate.
Azcona, conta durante a entrevista que se pôs a defender pela primeira vez no dia que o clube 12 de Octubre de Itauguá o aceitou com 11 anos em suas Divisões Inferiores.
"Era atacante nos colégios, mas sempre gostei o posto de goleiro de vê-lo. Fui ao treinamento e dos 900 garotos que havia, 400 eram atacantes. Quando me perguntaram lhes disse que era goleiro. Não tinha luvas nem nada! Joguei 20 minutos e me fizeram como seis gols! Não sabia nem onde estava parado. Foi uma coisa de loucos: fiquei como terceiro goleiro sem saber como pegar uma bola", afirma Azcona.
O visionário que confiou em um menino que "não tinha nem ideia da técnica" do posto chama-se Dionisio Cabañas e esse gesto foi o primeiro de muitos. Azcona, de Caacupé, vinha "de uma família muito humilde". Muitas vezes não tinha dinheiro para chegar ao treinamento. "Havia dias que fazia 30 quilômetros de bicicleta para ir", conta. Quando não tinha forças nem para a bicicleta, aparecia Cabañas: "Ele ia me buscar, me pagava um boleto. Sempre esteve aí para que eu não abandonasse. Foi muito difícil, por isso valorizo muito o lugar de onde eu vim".
Um sonho Monumental
Onde chegou é ser, com 32 anos, o capitão de um time jovem mas convencido que busca o inaudito: estar entre os quatro melhores da Libertadores com apenas sete temporadas em primeira divisão. “O mais importante é que a equipe tenha os pés no chão. Sempre estamos falando com os rapazs porque é um plantel muito jovem. Depende de nós fazer história, mas para isso temos que melhorar”, diz Dani, como era chamado pelos seus avós e agora gosta de que o chamem de Librado, seu segundo nome.
Nesta terça jogarão a partida de ida de quartas ante os mexicanos de Pumas da UNAM e tentarão conseguir um bom resultado para seguir sonhando entre tereré e tereré, a bebida paraguaia que o líder -um líder com voz de mando mas de fácil riso-, popularizou no grupo.
“Em algum momento brincando costumamos dizer ‘Imagine se chegamos à final e saímos campeões sem sequer haber ganhado um torneio aqui no Equador’. Porém cada um dos rapazes tem isso claro. Isto é passo a passo, ninguém ganha sem jogar”.
Texto: FIFA.com http://goo.gl/UFtoKZ
Foto: AFP
CONMEBOL.com