A tarefa de um dirigente de futebol é poucas vezes valorizada porque, além de tudo, é poucas vezes conhecida. Contudo, o dirigente também passa, ao menos em muitos casos, pelas “divisões formativas”, pelas inferiores, até chegar à primeira divisão.
O engenheiro Carlos Rodríguez Mora, hoje gerente do Barcelona Sporting Club, do Equador, é um exemplo de um torcedor que sempre quis apoiar de maneira mais próxima ao seu clube do coração, conseguiu seu propósito e ali continua, nos dias de hoje, acompanhando a equipe aonde queira que vá, dentro ou fora do Equador.
Ao contar a maneira em que começou no futebol, indica dom Carlos que “foi lá nos anos 70/71, o Barcelona foi bicampeão sob a presidência do economista Galo Roggiero que era amigo da minha família. Eu tinha 22 anos e terminava minha carreira de engenheiro comercial. Nessa época era muito difícil entrar ao mundo da dirigência de um clube mas aproveitando essa proximidade com a família eu apresentei a proposta de levar adiante uma auditoria permanente, ad honorem, como uma colaboração com o clube; essa proposta foi aceita e ali começou esta relação que se extende até hoje”.
Continua dizendo que “quando o senhor Miguel Marchán Solórzano, nos anos 75/76, me chamou para ajudá-lo como dirigente e ali comecei a estar mais perto da equipe que é o que todo torcedir deseja”.
Consultado se alguma vez chegou a jogar o futebol conta que “jogava na Liga Deportiva Estudiantil, um clube da segunda e logo cheguei a presidente. Isto abriu a possibilidade de uma proximidade entre a LDE e o Barcelona e, então, o Barcelona passou a ter a primeira opção pelos bons jogadores que saíam da Liga”.
O Barcelona se caracterizava por contratar bons jogadores estrangeiros e, nesse sentido, recorda o engenheiro “de “Pepona” Reinaldi, um excelente atacante argentino que era figura do River da Argentina. Sua compra foi a sensação e ele foi um ótimo par ofensivo com um equatoriano, no qual era apelidado “El chanfle” Muñoz pela forma em que tinha do manejo com a bola, era uma dupla excelente”.
Houve momentos, "poucos, felizmente”, em que o engenheiro Rodríguez decidiu dar um passo à margem por não estar de acordo com alguns presidentes “mas sempre voltei”. Recorda ainda, com orgulho, seu passo pela Federação Equatoriana de Futebol “com a presidência de Galo Roggiero, foram 4 anos na FEF como secretário geral”.
No institucional fala do orgulho do estádio barcelonista, uma beleza arquitetônica que em seu momento foi chamado estádio “modelo”.
Ao fazer um balanço destes anos no clube e da equipe, Rodríguez afirma que “sem dúvida realizei o sonho de toda a minha vida que era estar perto da minha equipe, colaborar com o clube. A tarefa de um dirigente é de 24 horas por dia, 7 dias por semana e, para poder levar adiante, é fundamental o apoio da família. Felizmente tanto na época de solteiro como depois de casado, a minha família sempre entendeu que o futebol e, principalmente, o Barcelona era minha paixão”.
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Foto: Néstor Soto