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‘Cavegol’ se aposenta do futebol

Fernando Ezequiel Cavenaghi encerrou nesta última terça-feira sua magnífica carreira futebolística. O atacante é um dos últimos ídolos do River Plate, o clube que o viu nascer, formar-se e tornar-se líder, não apenas com gols, mas demonstrando estar incondicionalmente à disposição para o time da ‘Banda Roja’.

 

Fernando Ezequiel Cavenaghi encerrou nesta última terça-feira sua magnífica carreira futebolística. O atacante é um dos últimos ídolos do River Plate, o clube que o viu nascer, formar-se e tornar-se líder, não apenas com gols, mas demonstrando estar incondicionalmente à disposição para o time da ‘Banda Roja’.

Brota uma lágrima dos olhos do torcedor do River, ao ficar sabendo que seu ídolo passará de referência a lenda do clube. Apelidado como ‘Torito’ por sua força e potência, debutou na Primeira Divisão do futebol argentino, no River Plate de seus amores com 18 anos e quatro meses de idade, no jogo em que o time ‘Millonario’ venceu Estudiantes de La Plata por 6 – 2, pelo Clausura 2001. Entrou aos 38 minutos do segundo tempo no lugar de Javier Saviola.

Seu primeiro gol foi convertido na sétima jornada do mesmo torneio, como local num 3 – 2 contra Argentinos Juniors. A localização na área e a capacidade de definição foram qualidades do atacante, que encerra sua extraordinária carreira na idade de 33 anos.

“Não podia acreditar que estava jogando na Primeira e ao lado dos companheiros que tinha nesse momento. Estava vivendo um sonho. Já no jogo contra Estudiantes que pude jogar um pouquinho foi sonhado”, rememorou ‘Cavegol’, em uma entrevista para o meio argentino Clarín, onde refletiu sobre sua decisão de deixar o futebol.

Logo de consagrar-se 3 vezes campeão na Primeira Divisão da Argentina, chegou a transferência ao futebol da Rússia, especificamente sobre o Spartak de Moscou, onde chegou a converter vários gols, passou pelo Bordeaux francês e o Mallorca espanhol. Já em 2011 decide voltar para a América do Sul, ao Inter de Porto Alegre, anotando 5 gols em 13 encontros.

-E viria muito mais…

Na temporada 2011/12, River vivia uma de suas piores temporadas de sua história e descendeu à B Nacional do futebol argentino. É aí onde Cavenaghi se oferece a regressar prescindindo de dinheiro e prestígio.  

“Estive no pior momento da história. O que vivemos aí com o apoio incondicional do torcedor foi incrível. O povo apoiou mais que nunca em todos lados. Treinávamos com os estádios cheios. Nossa camiseta era récorde de venda em todo o país. Houve cosias únicas. Tínhamos uma dor profunda mas ou afundávamos ou saíamos pra frente. Estivemos unidos e hoje colhemos os frutos de tudo o que se fez para sair dessa situação", recordou ‘Cavegol’ com nostalgia.

Só em uma temporada o River esteve na Segunda Divisão, já que graças aos gols de Cavenaghi e Trezeguet e a qualidade de Alejandro ‘Chori’ Domínguez conseguiu sair do poço e regressou à Primeira.  Com 19 gols em 38 partidas, o ‘Torito’ terminou o torneio como goleador da equipe e conquistou o campeonato da B Nacional.

No final, ‘Cavegol’ ficou livre por problemas com a diretiva do conjunto argentino e continuou sua carreira pelo Villarreal espanhol e depois no Pachuca mexicano para posteriormente ter seu terceiro e último retorno ao clube de seus amores.

-Retorno ao lar para erguer-se com a glória continental

A quase 19 anos da segunda CONMEBOL LIBERTADORES, River Plate voltou a levantar o apreciado troféu em 2015, com Barovero e Cavenaghi, capitães daquela equipe que venceu o Tigres mexicano.

“Eu já tinha ido em busca da Libertadores em minha primeira etapa no River, depois também quando fui ao Inter do Brasil. Em minha vida nunca imaginei que passaria tudo o que passei dentro do River e ter esse final. Porque se a gente volta atrás, pareceria impensado e contudo faz um ano e meio que pude levantar a Libertadores com o River”, relatou o goleador.

O atacante voltou ao clube de Núñez para sua terceira etapa em 2 de janeiro de 2014, e logo de marcar uns gols e conquistar o campeonato local argentino de 2014, teve uma lesão que o derivou à sala de cirurgia. Retornou ao campo de jogo quatro meses depois e com alternância disputou a Copa Sul-Americana, onde o River se coroou pela primeira vez campeão, vencendo a final contra o Atlético Nacional.

Essa época foi de maior brilho, já que em 2015 a ‘Banda Roja’ tocava a glória continental como campeão da CONMEBOL LIBERTADORES 2015. E desta vez ‘Torito’ ficou gravado na memória do torcedor do time argentino, porque ele e o goleiro Marcelo Barovero levantaram o terceiro troféu da história para o River.

“Superei amplamente o que sonhava. Não sonhava nem em jogar na Primeira. Essa é a realidade. O futebol me deu muito mais do que esperava”, expressou Cavenaghi.

Novamente ‘Cavegol’ empreendeu uma expedição ao futebol do Chipre. E na noite de terça comoveu o mundo futebolístico ao anunciar sua aposentadoria como profissional: Em 20 de fevereiro Cavenaghi jogou sua última partida, com a camiseta do Apoel, foi 1-1 ante Aris e meteu o gol de sua equipe de pênalti. Depois dali uma velha lesão no joelho direito que o obrigou a passar por uma cirurgia e frear seu bom momento com o time chipriota.

"“Obrigado aos jornalistas, árbitros e a cada torcedor do futebol argentino pelo respeito conquistado. A paixão que se vive dentro do nosso país não existe em nenhum lugar do mundo. Obrigado Seleção Agentina. Que orgulho de vestir estas cores”, falou Cavenaghi no comunicado oficial.

-Arrependimento?

“Sim, jogar mais tempo na Seleção. Em 2002 fui campeão e goleador no River mas na Seleção estavam Batistuta e Crespo. Bielsa me convocou para o Pré-olímpico de 2004 e River não me deixou ir. Aí foi fechada uma porta importante. Fui para a Rússia mas não chamavam jogadores que estivessem no futebol russo. E no meu melhor momento na França me convocaram a alguns jogos, mas já estavam Messi, Agüero, Higuaín, e era muito difícil um lugar entre esses jogadores. E assim foi”.

 

 

 

CONMEBOL.com

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