-O 80º Congresso Ordinário da CONMEBOL recebeu um relatório detalhado do representante da Confederação, Claudio Lovera, sobre o caso contra o Banco Atlas por suposta lavagem de dinheiro.
-O Banco Atlas acordou com Nicolás Leoz a constituição de milionários fideicomissos quando já havia, sobre o dirigente, um mandado de captura internacional para extradição emitido pelo Departamento de Justiça dos EUA. Atualmente, aguarda-se um pronunciamento do Ministério Público do Paraguai para promover a persecução penal desses fatos.
-A CONMEBOL é a única Confederação de futebol do mundo que realizou uma auditoria forense e é também a que recuperou mais dinheiro da corrupção: cerca de US$ 130 milhões.
-Resumindo o tom das intervenções dos presidentes das associações membro, Pablo Milad, presidente da Associação Chilena, destacou a transparência e o compromisso da CONMEBOL com o futebol sul-americano após os eventos do FIFAgate.
O 80º Congresso Ordinário da CONMEBOL recebeu e analisou o relatório detalhado do representante legal da Confederação, Claudio Lovera, em relação ao processo judicial contra o Banco Atlas por suposta lavagem de dinheiro.
A autoridade máxima da CONMEBOL ratificou firmemente a decisão de continuar os esforços para recuperar o dinheiro roubado do futebol sul-americano por meio de corrupção, bem como a persecução penal dos responsáveis.
Lovera expôs que, por meio de uma auditoria forense, foram compiladas informações sobre a gestão financeira e administrativa entre 2000 e 2015. Foram detectados pelo menos quatro casos suspeitos de danos financeiros à instituição. Um deles foi a transferência direta de cerca de US$ 28 milhões das contas da CONMEBOL para as contas pessoais de Nicolás Leoz no Banco do Brasil.
Em junho de 2017, uma denúncia penal foi apresentada ao Ministério Público do Paraguai, com base nas informações coletadas e disponíveis naquele momento.
Em 2020, a Direção Jurídica da CONMEBOL acessou novas informações – não disponíveis no momento da referida auditoria – sobre grandes depósitos feitos por Nicolás Leoz no Banco Atlas em 2013, ano em que o dirigente renunciou a seus cargos na CONMEBOL e na FIFA. Apesar da importância das operações, o Banco não adotou as devidas diligências estabelecidas pelas normas em vigor para combater a lavagem de dinheiro.
Em 2016, quando Leoz já estava sob um mandado de captura internacional para extradição emitido pelos EUA por lavagem de dinheiro, entre outros crimes, o Banco Atlas concordou em criar milionários fideicomissos com o ex-dirigente esportivo. Mais uma vez, o Banco fez isso ignorando as devidas diligências exigidas pela legislação vigente.
Nesse cenário, o Ministério Público do Paraguai concluiu que a denúncia tinha mérito suficiente para iniciar uma investigação penal, que incluiu uma apreensão na sede do Banco Atlas, diante de sua recusa em cooperar.
Lovera concluiu sua apresentação afirmando que a CONMEBOL está atualmente aguardando um pronunciamento do Ministério Público para prosseguir com a persecução penal desses eventos.
Os membros do Congresso valorizaram positivamente as ações tomadas em favor da transparência pela CONMEBOL após os eventos do FIFAgate. Nesse sentido, Pablo Milad, presidente da Associação Chilena, resumiu o espírito do Congresso dizendo que “temos que validar e valorizar o que foi feito desde o FIFAgate até hoje na CONMEBOL. Foi uma evolução transparente, comunicativa e economicamente muito eficaz para todos. E isso é algo que devemos apreciar e agradecer”.
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