Chamam ela de 'Mágica' e em 2016 fez um gol que feitiça. A venezuelana Daniuska Rodríguez, de 17 anos, da o luxo de ser a única mulher nomeada entre estrelas como Lionel Messi ou Neymar para o Prêmio Puskas ao melhor gol do ano.
"Dani é uma jogadora especial. Sempre foi", declarou a AFP Manuel Sumoza, seu treinador na Academia San Diego, equipe da Liga feminina venezuelana.
Nascida na Ciudad Ojeda (noroeste), a jovem cresceu em Valencia (centro) em uma humilde casa de lâminas de lata tiradas de velhos bidões de gasolina. Sua mãe, Daniela, criou ela sozinha trás a morte do pai.
Faltava dinheiro para calçados e uniformes, porém Daniela fazia magia: organizou entre vizinhos partidas de bolas crioulas -jogo tradicional venezuelano- para recolher fundos.
Valeu a pena. Daniuska ganhou com a seleção venezuelana dois campeonatos sul-americanos (2013 e 2016) e integrou equipes mundialistas Sub-17 (2014 e 2016) e Sub-20 (2016).
No passado dia 14 de março, a meio-campista fez dois gols na vitória de Venezuela ante Colômbia (4-0) no Sul-Americano Sub-17. O segundo de sua conta tem entre os dez finalistas escolhidos pela FIFA para o Prêmio Puskas.
Rodríguez controlou na área e, com a bola colada nos pés, fez duas defesas dançar entre múltiplos regates. Uma rodou pelo gramado, rendida aos encantos da venezuelana.
A promessa atacou então o gol, tirando da manga um belo esquerdaço a um ângulo.
Foi uma amostra mais do talento que exibe desde que, com oito anos, era a menina que brilhava em uma equipe de rapazes de futebol de salão em Valência.
"O dia que marquei esse gol disse às minhas companheiras que ia estar no Puskas", contou Rodríguez, que chorou de alegria quando soube da nomeação.
– Seu melhor gol –
Está feliz de se ver entre Messi e Neymar, porém tirar sua familia da precaria casa em que se criou é o melhor gol de Daniuska.
Trás ganhar o Sul-Americano 2016, recebeu as chaves de um apartamento de três quartos construido em um plano do governo que, segundo cifras oficiais, entregou 1,2 milhões de habitações desde 2011.
As dificuldades da pobreza "fizeram ela amadurecer muito rápido", expressou Sumoza, ressaltando a "fortaleza mental" de Dani.
Junto com ela, Messi e Neymar, aspiram os espanhois Mario Gaspar e Saúl Níguez, o sul-africano Hlompho Kekana, o brasileiro Marlone, o galês Hal Robson-Kanu, o filandês Simon Skrabb e o malayi Mohd Faiz Subri.
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AFP
