A uruguaia Esperanza Pizarro gosta da realidade do futebol que vive. Aos 18 anos, a atacante é a goleadora do CONMEBOL Sub-20 Feminino, marcou o melhor gol de um Mundial, assinou um contrato profissional e nunca para de sonhar.
FIFA destacou a craque por sua história e a indicou como um “exemplo de vida”, em seu site oficial.
“Acho bom que um site tão importante tenha me entrevistado e poder contar um pouquinho da minha história”, diz em uma entrevista Pizarro, que em fevereiro passado perdeu a mãe em um acidente de trânsito.
– O FUTEBOL, A FAMÍLIA, A EQUIPE –
Após o trágico evento, Pizarro pensou em deixar o futebol, mas o apoio recebido das pessoas mais próximas finalmente a levou a não tomar essa decisão.
Faltando poucos dias para o início do CONMEBOL Feminino Sub-20, que começou em março na Argentina e foi adiado no final da primeira fase devido à chegada da COVID-19, a jovem se afastou da seleção e se apegou à sua família.
No entanto, suas irmãs a incentivaram a retornar à Celeste da mesma maneira que seus companheiros fizeram à distância.
“Conversando um pouco com minhas irmãs, elas me lembraram de tudo, por que eu jogo, o que minha mãe gostava e por isso pensei em voltar. Além disso, minhas companheiras me escreviam dizendo que sentiam minha falta e que queriam que eu voltasse e, bem, acho que eu senti que, estando com elas, eu escaparia um pouco da realidade”, diz Pizarro.
Quanto a estas últimas, a atacante ressalta que mais do que uma equipe existe “um grande grupo de amigas”, que estão unidas e que sempre apoiam quem passa por alguma situação.
-A CELESTE-
Hoje, com a Celeste, Pizarro desfruta do grande presente que está passando e sabe que o que está vivendo não é um sonho, mas uma realidade onde ela chegou com “apoio e trabalho”.
Essa camisa permitiu que ela vivenciasse três momentos únicos em sua carreira, como o gol contra o Brasil no CONMEBOL Sul-Americana Sub-17 de 2018, em que sua equipe conseguiu “uma vitória histórica” por 2-1; marcando o melhor gol do Mundial Sub-17 naquele mesmo ano no empate em 1-1 entre Uruguai e Finlândia; e marcar três gols em dois jogos na atual competição continental no nível sub-20.
Nesta competição as lideradas por Ariel Longo avançaram de rodada em segundo lugar, atrás do Brasil e, quando retomarem, entrarão na briga com a ‘verde e amarela’, com a Colômbia e Venezuela por dois lugares no Mundial.
-PRÓXIMOS PASSOS-
Classificar-se para o Mundial Sub-20, que será disputado na Costa Rica e no Panamá, jogar na seleção adulta e que esta alcance um “nível muito bom”, e ir para uma equipe do exterior são alguns dos passos que Pizarro quer dar no futuro.
A atacante, que tem Marta Vieira da Silva e Lionel Messi como ídolos, gostaria de tentar a sorte em uma liga estrangeira e enfatiza que qualquer uma das grandes equipes da Primeira Divisão feminina da Espanha seria uma boa opção.
Enquanto isso, desfruta jogar no Nacional, equipe de que é torcedora e com a qual recentemente assinou um contrato profissional, sendo uma das três primeiras jogadoras uruguaias a fazer isso na história da liga local.
Além disso, ela dedica horas aos seus estudos com o objetivo de se tornar um fisioterapeuta.
Com tudo isso, Pizarro mostra que desistir não é algo que está em seus planos e, portanto, deixa uma mensagem clara para quem procura algo em sua vida e acha difícil.
“Embora às vezes pareça impossível ou que custe três vezes mais, sempre se deve continuar. Fazendo o seu melhor, colocando garra e concentrando no que se deseja obter, sempre se chega lá”.
CONMEBOL.com/EFE