Ex-goleiro, agora treinador, é um dos integrantes do grupo de avaliação técnica da CONMEBOL para a Copa América Centenário. Ademais de confirmar alguns estilos, Almeida espera ver no certame a explosão no coletivo mais do que no individual de algumas seleções.
Um dos integrantes que tem o grupo de avaliação técnica da CONMEBOL, para a Copa América Centenário, é Ever Hugo Almeida, arqueiro histórico muito identificado com o Olímpia do Paraguai.
De fato, como jogador ganhou a nível sul-americano duas Copas Libertadores com o Decano do futebol guarani, em 113 jogos no disputados no certame, presente em várias finais, uma como treinador (campeão: além de uma Recopa e uma Supercopa), fazem dele um analista qualificado para o certame que vai comemorar os 100 anos da CONMEBOL e a disputa da Copa América.
conmebol.com: Professor Almeida, a Copa América está chegando, você está neste grupo de avaliação técnica da CONMEBOL, o que significa para você e sua visão para o certame.
Ever Almeida: Para mim sempre é um prazer estar dentro do que é o futebol, neste momento eu não estou trabalhando diretamente na quadra, mas eu continuo estando no futebol. É a minha vida, sempre foi a minha vida e ter a oportunidade de viver, de sentir o futebol de perto nesta Copa América Centenário, a oportunidade que a CONMEBOL me dá é enorme, de bom grado eu irei participar novamente me meter na diversidade desse esporte, diversidade de ideias futebolísticas, de sistemas, e em seguida, traduzi-lo em um material que sairá da CONMEBOL e aprender ao mesmo tempo.
c.c.: O presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez W-S, dizia dias atrás -em seu discurso do lançamento do troféu-‘cem anos, onde foi disputado o primeiro tempo e agora vamos começar o segundo tempo desta história'. Esta Copa América é uma brilhante oportunidade de começar a reescrever a história, não acha?
E.A.: Na verdade sim, os jogadores, treinadores, aqui nós queremos, e nós seguimos a nossa parte, dentro do nosso trabalho. Em vez de jogar futebol, e em outro momento dirigir , tratando sempre que o futebol seja sempre o protagonista. Estou confiante de que tudo isso que aconteceu será só parte do passado e tenho certeza como disse o presidente (Alejandro), que o segundo tempo será melhor do que o primeiro e que sempre quem ganha é o futebol.
c.c.: Podemos ver, a partir de sua visão do treinador, em Esta mistura de estilos de duas Confederações, porque a América do Sul definitivamente tem um estilo e por algo tem tantas copas do mundo ganhas, -11 no total-, o que podemos observar técnica e taticamente nesta Copa de América?
E.A.: Cada país tem o seu estilo, em seu momento todos queriam praticar o estilo de jogo do Barcelona, por citar, Peru, Bolívia, Colômbia, até certo ponto, o Paraguai, a tentativa sobre a questão do futebol nacional mais que mada, não tanto seleção espanhola, diríamos como que todos tomassem como ideia principal o futebol demonstrado pelo Barcelona, mas depois teve uma mudança na maneira de jogar do Barca, e então começa a ideia de um outro futebol mais direto, frontal, com menos toques em meia de campo e mais profundo, hoje esse é o futebol praticado, sem muito transporte em meio de campo em alguns países e muito mais eficaz, penso que nunca teve tantos gols como neste último campeonato no Paraguai, por exemplo.
c.c.: Viu os plantéis, algumas listas já foram apresentadas?
E. A.: São plantéis e equipes em alguns casos bem consolidados e outros tentando encontrar sua identidade. Eu tive a oportunidade de viver isso muito perto quando eu estava na América Central, e foi mudando, por exemplo, o futebol dos EUA tornou-se um futebol com muitas ideias diferentes, eles estão tentando agora através de escolas, universidades, obter jogadores com ideia própria, mas não está sendo fácil. Mas acredito que em alguns anos chegará a ser uma potência mundial, sem dúvidas, então é um dos países que ainda não tem o seu próprio estilo, diferente, por exemplo do Equador, que tem alguma sua ideia futebolística, Argentina que também tem. O Brasil mudou, foi caracterizado pelo "jogo bonito" muitos toques, drible, agora parece ser um futebol europeizado, não sei se vai voltar às suas raízes, vamos ver com o tempo.
c.c.: Desde a nossa ótica cada equipe tem jogadores muito ofensivos, pessoas jogando, que contribuem para o futebol. Dá para apostar no futebol de alguma forma?
E.A: Vamos ver tudo isso, vamos ver também se encontrarmos algum novo sistema, numérico ou não, ver como se joga, algum país surpresa diríamos mais do que qualquer coisa, além do individual. Há muitas coisas que tem que fazer e de repente podem dar certo neste campeonato e é isso que queremos, ver e aprender.
c.c.: E que depois desta Copa América o único que se fale seja de futebol…?
E. A.: Essa é a ideia principal de um … nisso apostamos todos.
Texto: conmebol.com
Fotos: conmebol.com/internet