O site oficial da FIFA rememora a carreira do juiz argentino Horacio Elizondo, enfatizando sua atuação no Mundial da Alemanha 2006, “foi o primeiro e até agora o único árbitro que dirigiu a partida inaugural e a final de uma Copa Mundial da FIFA™”.
O argentino Horacio Elizondo, que hoje tem 52, inicialmente sonhava em se tornar um jogador de futebol, mas "a vida vai te mostrando outros caminhos", disse. Tempo depois dedicou-se ao atletismo e, mais tarde, formou-se professor de educação física.
Seus sonhos de infância cumpriu sendo árbitro "tanto nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 quanto na Copa do Mundo de 2006".
10 anos depois de sua estreia em seleções, chegou sua hora … "Para o grande evento alemão teve um longo período de preparação."Não foi um mês, 35 ou 40 dias. Foram três anos com esse objetivo de se preparar da melhor maneira possível para chegar na Copa do Mundo e estar à altura. Não apenas falo por mim, mas pela minha equipe de arbitragem. Foi justo naquele ano que começaram a denominar-se equipe de arbitragem. E passou então a configurar e ver a arbitragem de outro ângulo. E ir construindo algo essencial e importante, um valor fundamental no trabalho em equipe como a confiança", indica a FIFA.com
Rodolfo Otero e Dario Garcia foram seus bandeirinhas no jogo de abertura entre Alemanha e Costa Rica no citado mundial", foi uma grande felicidade e também uma grande responsabilidade, porque você tinha que mostrar ao mundo como se iria aplicar e interpretar as regras de jogo", explica.
"O trio argentino dirigiria então cinco jogos na Alemanha 2006", incluindo a memorável final.
Horacio relembra: "Finais são geralmente mais calmos, as equipes são mais cuidadosas em não cometer erros. Mas esta foi uma final diferente". "Antes dos 5 minutos eu estava apitando um pênalti a favor da França. Depois, houve um gol anulado para a Itália também, por parte de Dario Garcia. Vem o empate e depois a famosa ação entre Zidane e Materazzi".
O relato desta ação que ficou para a história é o seguinte: "Eu estava longe da ação naquele instante. Paro o jogo e vou para o lugar onde estava o jogador italiano. Pergundo através de intercomunicadores aos meus assistentes se eles tinham visto algo. Ambos me dizem que não. "E aí aparece Luis Medina Cantalejo, que foi o quarto árbitro, que me diz 'terrível cabeçaço do 10 dos brancos para …’, não me lembro o número de Materazzi", continua. "Medina Cantalejo me disse 'quando você vir, você não vai acreditar". Então pensei, 'Ah, não, algo terrível aconteceu aqui". E essa construção destes três anos de trabalho, confiança, trabalho em equipe, era acreditar no que Luis estava dizendo naquele momento. Eu disse, 'Bem, já está, com isso Zidane vai pra fora".
"… que te aplaudam as duas torcidas, dar autógrafos, que me chamem de presidente da Nação …" foram as repercusões na vida de Elizondo depois daquela Copa do Mundo. Mais tarde, naquele mesmo ano, o argentino se retira da arbitragem na Bombonera, com um jogo entre Boca e Lanús.
“Estava mais preparado para chegar pelo lado negativo, talvez mais traumático, mais polêmico. De modo que também esse foi um ingrediente e uma aprendizagem nova, um grande consolo ao meu coração”, termina a entrevista que pode ser vista aqui: http://goo.gl/EAkPGW
Entrevista publicada en FIFA.com