Iván Zamorano, de 50 anos, é história da seleção chilena, em que disputou 69 partidas e marcou 34 gols. “Ficaria encantado em jogar nesta equipe”, diz em entrevista à AFP a poucas horas da Roja jogar a final da Confederações contra a Alemanha.
O antigo atacante, que jogou entre outros no Real Madrid (1992-1996) e no Inter de Milão (1996-2000), mora em Miami e trabalha como comentarista de televisão. Está na Rússia seguindo o Chile na busca do troféu.
Pergunta: Como vê a equipe a horas de jogar pelo título contra Alemanha?
Respuota: “Creio que o Chile já está acostumando a jogar torneios importantes. Tem maturidade e experiência para poder afrontar a final. Muita personalidade. O país está se acostumando a ver esses rapazes a chegar a finais e esta geração dourada vai continuar dando muitas alegrias ainda”.
P: Qual é a chave para chegar a três finais consecutivas (antes dos dois títulos da Copa América de 2015 e 2016)?
R: “Foi se mantendo uma filosofia de jogo desde a vinda de Marcelo Bielsa, com (Jorge) Sampaoli teve continuidade e, hoje em dia (Juan Antonio) Pizzi. Mantém a identidade e estilo futebolístico e ao mesmo tempo tem seguido uma quantidad de jogadores importantes como para poder empapar-se do que cada treinador quer”.
P: Normalmente domingo terá nove titulares que já saíram de cara nas duas finais da Copa América.
R: “Desde o Mundial 2010 que jogou com Bielsa são muito poucos as mudanças no plantel. É muito importante ante torneios destas circunstâncias ter um plantel que se conhece perfeitamente. Sabe o que tem que fazer em campo, a continuidade dos processos. Esta geração nos está entregando muito”.
P: O jogo do Chile se assemelha mais a de uma equipe bem engrenada que de uma seleção nacional…
R: “Os rapazes são como uma família, cada uma tem super claro seu papel no campo. Aqui há três ou quatro foras de série e os demais são obreiros, trabalhadores de acordo com um sistema de jogo. Hoje o funcionamento da equipe é extraordinário e o nível físico também está muito bom”.
P: Se algo falha, Claudio Bravo está no arco.
R: “É um cara incrível, com o que vivenciou antes (temporada irregular no City), foi pra Roja e o que faz é extraordinário. Tem experiência, transmite muita segurança, tranquilidade e maturidade… E depois os pênaltis, ganhamos duas Copas América graças a ele e aos lançadores que marcaram”.
P: Acha que a influência de Alexis Sánchez no ataque se incrementou na Confederações?
R: “É outro dos fora de série da equipe. Um jogador distinto, diferente, que ganha partidas. Está passando um momento incrível. Creio que grande parte do funcionamento da equipe se deve a jogadores como ele”.
P: O que teria contribuído Zamorano na ‘Geração Dourada’?
R: “Sempre me perguntam. Estive em um Mundial, uma Olimpíada (bronze em Sidney 2000), Copas América… Ficaria encantado em jogar nesta equipe, pelo mero fato de que esta geração é maravilhosa. Mas não posso deixar de pensar em tantos companheiros extraordinários que tive. Estou muito orgulhoso da minha etapa na seleção”.
P: Ao menos seu remate de cabeça…
R: “(Risos) Isso sim pelo menos, mas acho que Alexis remata bem, Vidal também, acredito que temos bons cabeceadores”.
AFP