Depois do confronto de terça-feira entre Jamaica e Paraguai, chegou a vez dos técnicos de ambas seleções manifestarem opiniões, o alemão Winfried Schafter e o argentino Ramon Diaz. Os dois treinadores fizeram perigosas declarações esquentando a Copa América marcada já marcada por discursos medidos e previsíveis que tiram o sabor do jogo.
Passavam 89 minutos de jogo e Lucas Barrios fez o empate para o Paraguai diante da subcampeã do mundo Argentina, à margem do campo o DT Diaz explode de alegria e abraça sua equipe. Minutos depois, as redes sociais estão repletas de provocações e questionam o treinador. No seu país muitos lhe acusaram como "traidor".
"Como eu não vou comemorar? Eu acho que é algo lógico", respondeu o técnico na conferência de imprensa que deu-se logo após o jogo. Na segunda-feira, em outra coletiva de imprensa, voltou a defender sua celebração: "Eu estou tranquilo porque simplesmente fiz o que senti,e quando você faz algo que sente já não importa o que dizem os outros".
Sem privar-se de festividades, como fez quando ganhou no futebol argentino de San Lorenzo ante River Plate, a equipe de sua vida onde ele entregou muitas coroas como jogador e treinador, Diaz gosta de "seu" tempo nesta Copa, que entrou silenciosamente e sem muitas expectativas.
Sem levantar a voz e com um sorriso, 'Pelado' encoraja-se em criticar a tendência "resultadista" dos meios de comunicação e os encoraja a aguardar a conclusão do jogo para destruir uma equipe, evitando, assim, passar vergonha em jogos com procedimentos e resultados variantes como Argentina e Paraguai que terminou em 2-2.
Com promessas de mudanças táticas ante Jamaica e para a "tranquilidade" dos jornalistas guaranis,"brinca" Diaz com a imprensa como nos anos 80, quando encheu de gols os arcos da Argentina e Europa.
– Sem briga –
Com o objetivo de "chegar às quartas de final", e colocar definitivamente a Jamaica no mapa do futebol mundial, o alemão Schafter desembarcou em Antofagasta, há 1.200 km ao norte de Santiago, pronto para ser o protagonista da primeira fase da Copa América.
"Estamos jogando em casa com o apoio de 70% dos fãs", disse o ex-jogador e treinador antes da partida com o Uruguai, e o público concorda com ele encorajando os 'Reggae Boyz', que deram um susto ao atual campeão defensor mas ficaram de mãos vazias com o 1-0, obrigando-os a vencer o Guarani.
A ousadia do timoneiro, que em 2002 liderou Camarões à conquista da Copa África, alcançou sua máxima expressão ao garantir que sua equipe pudesse vencer a Argentina de Lionel Messi e o campeão da Copa Argentina, Uruguai.
"E por que não? No futebol tudo pode acontecer", disse Schäfter a respeito das previsões.
Risos e olhares cúmplices ao responder as perguntas e um estranho convite ao jogador da Celeste, Edinson Cavani, para sobrevoar Jamaica em helicóptero, depois que o jogador do PSG francês confundisse o Caribe com a África. Fará parte do diário da viagem do técnico europeu na Copa.
Do outro lado, treinadores como o uruguaio Oscar Tabárez e José Pekerman – O técnico argentino da Colômbia – optam por discursos cheios de explicações técnicas, agradáveis para os peritos no futebol mas visto por muitos fãs como algo "môrno" e que vibram com a polêmica gerada fora do campo.
por Giovanna FLEITAS/AFP
Fotos: AFP
Edição: conmebol.com