Vítima de câncer de pulmão, faleceu na manhã desta quinta-feira (24) o ex-jogador holandês Johan Cruyff, um dos grandes craques de toda a história do futebol. O mundo do futebol, que em casos como este não tem fronteiras, está de luto.
Chegou a fazer malabarismos com um maço de cigarros, mas o tabaco, sua fraqueza, acabou com sua vida. Johan Cruyff, um dos melhores jogadores da história, morreu nesta quinta-feira aos 68 anos vítima de um câncer de pulmão.
Foi a sua própria família a encarregada de dar a conhecer ao mundo a notícia fatal através de redes sociais: "Em 24 de março de 2016 Johan Cruyff (68 anos) morreu em Barcelona, cercado por sua família depois de uma luta dura contra o câncer. Pedimos com grande tristeza que a privacidade da família seja respeitada durante o período de luto".
O holandês foi vencedor de três Bolas de Ouro, a maior distinção individual para um jogador de futebol (1971, 1973, 1974). O meio-campista organizador revolucionou sua demarcação no campo de futebol vestindo camisetas do Ajax de Amsterdã e do FC Barcelona, entre outros, bem como a da seleção nacional holandesa.
– Futebol transformado em memória –
Apesar de sua figura esguia e sua aparência frágil, Cruyff teve sua glória como jogador no Ajax entre 1964 e 1973 como uma referência entre os meio-campistas, como criadores de jogo, como diretor de orquestra, sendo fonte de inspiração para muitos jogadores que o sucederam como o francês Michel Platini, e cujas reações não se fizeram esperar após conhecer a notícia.
"Foi o melhor jogador de todos os tempos", indicou Platini à AFP nesta quinta-feira.
"Perdi um amigo, o mundo perdeu um grande homem, o admirava, era um jogador único, foi o melhor jogador de todos os tempos", disse o ex-capitão dos 'Bleus' sobre Cruyff, conhecido como "o Holandês Voador'.
O argentino Diego Armando Maradona, um dos jogadores que divide junto com Cruyff o honroso título de melhor jogador da história segundo a opinião de muitos fãs, escreveu: "Nunca te esqueceremos, ‘Flaco’ …".
Messi também lembrou o que foi o impulsor do estilo de jogo do FC Barcelona. "Deixa-nos outra lenda", escreveu Messi em sua conta da rede social Facebook.
O atacante uruguaio Luis Suarez, que como como Cruyff, militou no Ajax e no Barca, juntou-se à homenagem escrevendo em sua conta do Twitter: "Obrigado por tudo o que você deu ao futebol, ao Ajax e ao Barca."
"Estou muito afetado. Johan Cruyff morreu. Não foi apenas um bom amigo, mas também um irmão para mim", reagiu, entretanto, o alemão Franz Beckenbauer.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, definiu Cruyff como um jogador magnífico que "marcou o futebol ao longo da vida".
– "Um dia triste para o futebol" –
Cruyff revelou em outubro de 2015, que estava sofrendo de câncer de pulmão. Fumante obstinado, deixou o tabaco em 1991 depois de submeter-se a uma cirurgia cardíaca.
Pouco mais de um mês atrás, Cruyff tinha oferecido notícias tranquilizadoras: "Tenho a impressão de ganhar 2-0 no intervalo de um jogo que eu tenho certeza de que vou sair ganhando".
"Depois de várias sessões de tratamentos médicos, posso dizer que os resultados são muito positivos graças ao excelente trabalho dos médicos, a amabilidade do povo, e minha mentalidade positiva", assegurou.
Visão de jogo, passador preciso, rápido, técnico, talentoso e goleador, Cruyff possuía todas as características do jogador moderno.
Entre as imagens que deixaram para a posteridade, destaca a final da antiga Copa da Europa em 1972, em Roterdão entre Ajax de Amsterdã e Inter de Milão, vencida por 2-0 pelos holandeses, impondo seu futebol total contra o 'catenaccio' dos italianos. Era o segundo de três vitórias consecutivas do Ajax na máxima competição continental.
Cruyff, autor de dois gols, atingiu sua maior arte em terreno de jogo.
Homem de caráter, chegou a renunciar a seleção holandesa por um conflito com sua Federação. "Em seu último jogo foi expulso por encarar o árbitro", lembra Platini, antes de concluir: "Hoje é um dia triste para o futebol".
Texto: AFP
Foto: internet
Edição: conmebol.com