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Pizzi e seus avanços

Juan Antonio Pizzi estava ciente do desafio que supostamente irá assumir a seleção do Chile. Seu antecessor Jorge Sampaoli deixou a fasquia alta: além de seu primeiro título, a Copa América de 2015, deu a Roja um estilo e um selo distintivo.

Juan Antonio Pizzi estava ciente do desafio que assumia na seleção do Chile. Seu antecessor Jorge Sampaoli deixou a fasquia alta: além de seu primeiro título, a Copa América de 2015, deu a Roja um estilo e um selo distintivo.

Chile, com seu dinamismo e verticalidade, e também com a convicção de seus jogadores de que poderiam jogar de igual para igual contra qualquer um. Sua geração de ouro tinha aprendido o caminho do sucesso.

"Sabíamos que a demanda era enorme, porque para equiparar o que tinha feito esta seleção era necessário ganhar o título", disse o treinador, depois de vencer nos pênaltis sua Argentina natal na final. "Eram as chances de não se alcançar esse objetivo. Fizemos chegar um grupo que é de admirar. Espero que continuem evoluindo".

Bases do processo
Mas o caminho para o sucesso foi irregular. Muitos não se importavam com o título que Pizzi conseguira no Chile com a Universidad Católica em 2010, nem o que conseguira com o San Lorenzo na Argentina, ou as boas campanhas no Valencia espanhol ou o León mexicano, e duvidaram dele.

Acertou ao "marcar o campo" em sua apresentação. "Os últimos processos foram marcados pelo protagonismo, e tentaremos continuar. Mas, dentro dessa estrutura coincidente vamos por nosso selo e nossa marca", advertiu naquele 5 de fevereiro.

Um selo influenciado pela escola de Barcelona. Se ainda fez curso de treinador na Espanha, com Pep Guardiola e Luis Enrique, também seus ex-colegas em campo de jogo em seus três anos defendendo a camisa do Barça.

"Estou muito contente que tenha assumido um desafio tão importante … Para um  bom povo as coisas devem dar certo”, disse Guardiola. "Ele está mais do que qualificado para liderar a equipe chilena e tem uma ideia do futebol de querer a bola e dominar o jogo. É uma boa escolha", disse Luis Enrique.

Primeiros passos
Menos radical que Sampaoli, Pizzi foi sempre disposto a negociar o esquema em prol desta filosofia.

Sem Charles Aranguiz, Jorge Valdivia e Eduardo Vargas, a estreia contra a Argentina em Santiago parecia difícil. Antes dos 20' perdeu por lesão Matias Fernandez e Marcelo Diaz, mas apesar do 1-0, a equipe não poderia sustentar o resultado. Com o 1-2 vieram as primeiras críticas.

O retorno de Vidal e a escolha de Mauricio Pinilla como centroavante, para devolver Alexis Sanchez nas linhas, foram determinantes para a vitória por 4-1 subsequente sobre a Venezuela. "Ainda há muito por alcançar nosso objetivo", disse naquele dia.

Pizzi começou a colocar a sua assinatura na lista para o torneio dos Estados Unidos, incluindo bons jogadores presentes em seus clubes, mas menos conhecido como Edson Puch, Nicolas Castillo, Enzo Andía e Erick Pulgar. Nenhum tinha estado na Copa América Chile de 2015.

A mão do técnico
Depois veio a mão do treinador. No grupo abertamente defendeu seu goleiro e capitão Claudio Bravo, de estreia frouxa, abrindo as dúvidas sobre a sua titularidade.

Bravo acabou sendo fundamental na semifinal contra a Colômbia e na final com a Argentina.

Mostrou flexibilidade tática. Não hesitou em retornar a um 4-3-3 mais habitual contra a Bolívia no segundo jogo do grupo, arquivando o inicial 4-2-3-1 até o último encontro, quando precisou cortar os caminhos para Lionel Messi. Até tentou um 3-4-1-2 equilibrado.

Outrossim evitou a teimosia. Quando a realidade confirmou que Sanchez iria render mais fora do que no meio, ele rearmou o ataque. "Em algum momento encontraremos soluções ofensivas" prometeu antes do jogo com o Panamá.

E ele cumpriu. Com Vargas de 9 acompanhado por Alexis e Fuenzalida como extremos, Vidal se libertou e o Chile engatou. Goleou Panamá, humilhou o México, com Puch de extremo-direito e superou a Colômbia.

Vencedor, Pizzi evita o triunfalismo. "Estou feliz. Para mim custou muito sacrifício as coisas que conquistei em minha vida, como jogador e como treinador. Eu tive, e eu acho que ainda tenho mais decepções do que alegria, por isso, quando ganho, tento aproveitar ao máximo … Estamos empenhados em continuar trabalhando".

A continuidade das eliminatórias para a Rússia de 2018 e a Copa das Confederações 2018 o esperam.

 

 

 

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