A definição mais próxima que notamos em Ramón Díaz, técnico da Seleção Paraguaia, seria entusiasmo durante o encontro com 'conmebol.com', em Los Aleros, onde está situada a sua granja, no Município de 'Fernando de la Mora', limítrofe com Assunção.
A definição mais próxima que notamos em Ramón Díaz, técnico da Seleção Paraguaia, seria entusiasmo durante o encontro com 'conmebol.com', em Los Aleros, onde está situada a sua granja, no Município de 'Fernando de la Mora', limítrofe com Assunção.
E nos explica o porquê deste regozijo: “este é o meu jeito de ser, de entender a vida e a profissão; temos que ir adiante, trabalhar e confiar no que fazemos, sempre fui assim”.
Conmebol.com: Ramón, um supõe que muitas pessoas pensam assim mas nem todos têm essa capacidade de desdramatizar o futebol, procurando levar as coisas com alto astral e humor.
Ramón Díaz: Eu acho que temos que entender que isto é um jogo onde muita gente se prepara, muitas equipes querem ganhar, querem ser campeãs mas nem todos podem ou não possuem as condições para fazer. Ás vezes, pode ser por falta de jogadores, ou a falta de infraestrutura, enfim, nem sempre se dão as condições para armar equipes prontas para competir. Está bem querer ganhar, mas nem sempre se pode ou se consegue alcançar.
c.c: Seus duelos com o presidente do Boca Juniors, Mauricio Macri, quando você era técnico do River ficaram na história.
R.D.: Sim, foram muito interessantes, talvez porque era em outra época. Sempre houve respeito de ambos lados.
c.c.: Quando você renunciou a direção técnica do River depois de ser campeão, havia alguma decisão quanto ao futuro? Por exemplo, alguma oferta da Europa ou simplesmente foi uma decisão para tomar um tempo de descanso?
R.D.: Eu acredito que os objetivos que deviam ser cumpridos e ter saído campeão no River foi uma meta cumprida. Não houve nenhum pensamento secundário a isso, não existia nenhum plano para o futuro, simplesmente acreditei que havíamos alcançado o objetivo e que era o momento. Também tenho o costume de me retirar sendo ganhador, deixando assim uma boa imagem e a porta aberta para uma outra oportunidade.
c.c.: Quando em alguns países ficaram sem técnico, você sentia que poderia ser uma oportunidade?
R.D.: Sim, víamos essas situações e conversávamos com o corpo técnico. Eu sentia que era um bom momento para tomar o desafio de dirigir uma seleção.
c.c.: Até que lhe chamaram do Paraguai.
R.D.: Sim, a oportunidade aconteceu e não duvidamos em aceitar.
c.c.: Um técnico de clube trabalha durante toda a semana no campo de treino, mas um técnico de seleção trabalha num escritório. Como você se sente com respeito a isso?
R.D.: É verdade. Nesse sentido existe diferença, mas o trabalho continua sendo intenso porque você deve cuidar dos detalhes a longo prazo e, ao mesmo tempo, estar em dia, atualizado permanentemente com respeito aos jogadores paraguaios que estão no mundo. Deve-se programar atividades, enfim, é diferente mas igual de apaixonante.
c.c.: Não está faltando tempo para estar treinando em campo?
R.D.: Sim, claro que eu gostaria de ter mais tempo com os jogadores, mas tratamos de aproveitar ao máximo o tempo que temos.
cc.: Como você vê a Copa América?
R.D.: Muito difícil e dura com grandes seleções com grandes particularidades. Vai ser uma Copa bastante disputada e não vai ser fácil para ninguém. Por outro lado, será também uma prova que servirá a todos nós para preparar-nos para as eliminatórias que começarão já neste ano.
c.c.: Como você imagina as eliminatórias?
R.D.: Serão cada vez mais duras e disputadas. O futebol tem ficado muito parelho e cada detalhe conta muito, por isso, a importância de uma excelente preparação em todos os sentidos.
c.c.: Você terá muitos técnicos compatriotas que serão seus rivais.
R.D.: Sim, isso se deve ao alto nível alcançado pelos técnicos argentinos hoje em dia. São todos muito bons e têm demonstrado serem grandes profissionais.
c.c.: Como você vê hoje, de forma geral, o futebol Sul-Americano?
R.D.: Muito bem, com um excelente nível, com grandes jogadores sendo personalidades na Europa. O futebol Sul-Americano ganhou em intensidade e sempre teve jogadores qualificados. Estamos vendo uma Copa Libertadores que nos demonstra isto, e estou seguro que é o que veremos também na Copa América e em suas eliminatórias.
Robert Singer/conmebol.com
Fotos: Néstor Soto/conmebol.com