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Simeone conduz Atlético de Madrid à sua 3ª Europa League

O Atlético de Madrid conquistou a terceira Europa League de sua história com uma vitória contra o Marsella 3-0, nesta quarta-feira, em Lyon, outro título sob o comando do técnico argentino Diego Simeone, que continua agigantando sua história no clube da capital espanhola.

Assim, o Atlético quebra uma seca de quase quatro anos sem títulos, desde a Supercopa da Espanha em 2014, e continua com muitas finais vencidas nesta competição, depois das conquistadas em 2010 em Hamburgo e em 2012 em Bucareste, esta última já com Diego Simeone como treinador.

Com o técnico argentino seguindo o duelo desde a tribuna, por estar suspenso, o Atlético se reencontrou com a celebração de uma final, virando a página de suas duas dolorosas derrotas na Champions League em 2014 e 2016, em ambos os casos por muito pouco e contra o seu vizinho Real Madrid.

Diego Simeone terminou com o monoteísmo no Atlético: além de celebrar na fonte de Madrid dedicada ao deus romano Netuno, o treinador argentino tornou-se outra figura sagrada no universo ‘rojiblanco’.

Sua família diz que a primeira palavra que ele aprendeu a dizer foi “gol” e seu pai Carlos, outro louco pelo futebol, reforçou sua paixão pelo futebol desde que era criança.  

“Nos finais de semana íamos de uma ponta a outra de Buenos Aires, jogando uma partida, trocava-se no carro e íamos jogar em outro lugar. Não cansava nunca”, disse um dia Carlos Simeone à revista France Football. 

“Sempre jogava com paixão. Nada poderia detê-lo. Sacrificou muitas coisas para ser um futebolista e nunca suportou perder. Seu caráter, sua raiva, isso nunca vai mudar”, disse o pai do ‘Cholo’.

Um de seus sucessos como treinador foi estabelecer uma conexão de total confiança com seus jogadores no Atlético de Madrid e poder transmitir a mesma paixão a eles.

“Para nós é como um deus. Ele veio e tudo mudou. O que nos disse foi cumprido. Nós o seguimos e se nos diz para que pulemos de uma ponte, pulamos. Conhece o futebol à perfeição”, disse o português Tiago Mendes, atualmente aposentado, na véspera da final da Liga dos Campeões, perdida em 2014, em Lisboa.

Para os torcedores do Atlético, Simeone é uma lenda viva, um emblema, uma das figuras mais importantes na sua história, desde que se destacou como um jogador, sendo um membro da mítica equipe do ‘duplo’ Liga-Copa do Rei da temporada 1995- 1996

Essa equipe foi comandada por Jose Luis Perez Caminero, Kiko Narváez, o sérvio Milinko Pantic ou o mesmo Simeone, que jogou no clube do antigo estádio Vicente Calderón de 1994 a 1997, antes de passar para o futebol italiano, onde jogou pelo Inter de Milán (1997-1999) e no Lazio (1999-2003).

– Fundador do “cholismo” –

De 2003 a 2005 retornou à disciplina do Atlético, já na parte final de sua carreira, antes de retornar à Argentina para jogar no Racing Club, onde se aposentou logo depois.

A terceira fase de Simeone começou no final de 2011, já como treinador, quando Gregorio Manzano foi demitido por maus resultados, especialmente depois de cair na Copa do Rei contra o Albacete, da Segunda Divisão B.

Apenas cinco meses após sua chegada ganhou a Europa League, três meses depois, a Supercopa Europeia e os sucessos continuaram nos anos seguintes, em 2013 com a Copa do Rei e em 2014 com a Liga Espanhola, o vice-campeonato europeu e a Supercopa da Espanha. Em 2016, outra final da Liga dos Campeões foi perdida nos pênaltis, e a seca dos títulos terminou nesta quarta-feira com uma nova Europa League.

Tudo isso em doze anos nos bancos. Ele começou em 2006 com o Racing Club e em 2006 e 2007 dirigiu o Estudiantes de La Plata, para o qual ele deu um título no Abertura.

Em 2008 chegou a um histórico como o River Plate, com o qual levou um Clausura, e entre 2009 e 2010 esteve no San Lorenzo de Almagro, onde ele deu o salto para uma primeira aventura na Europa, no italiano Catania (2011), que salvou do rebaixamento.

Nesse mesmo ano retornou ao Racing Club, em seu país, substituindo Miguel Ángel Russo, mas não pôde dar o cobiçado título Clausura à ‘Academia’, da qual ele é torcedor.

A decepção durou pouco, pois logo recebeu o chamado do ‘seu’ Atlético, com o qual que criou uma filosofia que a imprensa espanhola batizou como “Cholismo”.

“Na vida, aquele que insiste e insiste fazer que a situação apareça”, é uma das suas pérolas “cholistas”, que resume muito bem a sua filosofia de vida.

-Muralha charrua-

A dupla uruguaia de centros, formada por Diego Godín e José Giménez, deu poucas ocasiões para o Marselha, que viu como suas chances esbarravam contra os sóbrios centros sul-americanos, recentemente convocados para disputar a Copa do Mundo com La Celeste.

Simeone descansou seu esquema em sua defesa, para apostar em contra-ataques rápidos, apoiados pelo meia argentino Ángel Correa e liderados na ofensiva pelo francês Antoine Griezmann, autor de dois gols, e pelo hispano-brasileiro Diego Costas, que desta vez não teve oportunidade de marcar.

O terceiro e definitivo gol foi obra de Koke Resurrección, quando o jogo entrava em sua reta final.

O ‘Cholo’ se caracteriza por ser um líder motivacional inato, que procura tirar o melhor do atleta desde o psicológico e emocional, ajudado no banco por seu compatriota Germán Burgos.

 

 

 

 

AFP – CONMEBOL.com

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