Aulas de modéstia, sensibilidade e futebol, o técnico uruguaio Oscar Tabárez inculca bons ensinamentos aos seus jogadores dentro e fora do campo. Um professor humilde de “campinhos de futebol”, agora vive seu quarto mundial no comando da Celeste.
O “Maestro” poderia ser premiado como o ícone que instrui sob o lema #GrandezaSudamericana. O Uruguai treina e Tabárez, sentado sozinho num dos lados do banco, observa atentamente os seus “alunos”; ninguém sabe o que pensa, mas tem uma certeza: “não treino estrelas”.
“Se você quer formar um grupo sólido, deve começar dando o mesmo respeito àquele que é famoso como o que não é”, afirmou o treinador uruguaio Tabárez, de 71 anos, o DT mais antigo na Rússia 2018.
Com sua idade e experiência ele leva junto sua filosofia de que “ninguém é mais do que ninguém em um time. Somos todos iguais”. O “Maestro” considera que ele não treina estrelas, e sim treina seres humanos.
“Se eu quiser ver estrelas, olho para o céu. Felizmente, na seleção do Uruguai, demonstramos que é possível. Quando esses jogadores famosos têm esse senso de grupo e liderança positiva, as coisas ficam mais fáceis”, declarou o treinador.
#Rússia2018 | Em seu quarto Mundial como DT da Seleção do @Uruguai, Oscar Tabárez conquistou novamente a classificação às Oitavas de Final.#ElEquipoQueNosUne pic.twitter.com/JTRklxLbe9
— Seleção Uruguaia (@Uruguai) 20 de junho de 2018
Óscar Washington atuou como professor em ensino primário nas escolas do Cerro, Paso de la Arena e La Teja, bairros de Montevidéu, combinando durante anos sua profissão com o futebol, embora não tenha sido famoso, serviu como lateral direito de 1967 a 1978.
É daí que vem o seu espírito de modéstia, que tanto inculca nos craques Luis Suárez ou Edinson Cavani, astros de grandes ligas europeias.
“Entendo que algumas das performances que eles têm e a atenção que recebem na mídia mundial significam que há mais chances de os jogadores serem vistos em um pedestal de idealização, mas isso não muda o fato de eu treinar pessoas, com sentimentos e deveres e obrigações comuns”, enfatiza o professor charrúa.
Em 1990, na Copa do Mundo na Itália, Tabárez tomou as rédeas da equipe uruguaia pela primeira vez, chegando às Oitavas de Final.
-Nunca deixamos de aprender algo-
Em 2006, o Uruguai ficou de lado por não alcançar a classificação à Copa do Mundo na Alemanha. Em seguida, iniciou-se uma reestruturação, e o perfil ideal para liderar esta cruzada estava em Oscar Tabárez, que, desde que começou sua liderança, ganhou três disputas ecumênicas consecutivas, inclusive o campeonato da América – 2011.
O Uruguai foi outro sob a tutela do ‘Maestro’, que está sempre em uma etapa de constante aperfeiçoamento, como a frase que ele diz: “Você nunca deixa de aprender”.
Já na terceira idade e com um corpo cansado, Tabárez permanece firme apesar da estranha doença que sofre há pouco mais de dois anos: Síndrome de Guillain-Barré, que enfraquece o sistema nervoso para causar paralisia. Daí suas muletas.
Assim, ele se tornou o treinador com o maior número de partidas liderando uma seleção com, até o momento, 183 partidas treinadas ao seu país.
“Eu amadureci, cresci como jogador e pessoa graças ao ‘Maestro’. Ele é um dos melhores técnicos do mundo pela sua personalidade, pela forma como ele ajuda os jogadores”, expressou Luis Suárez sobre o seu treinador.
O Uruguai está no auge na Rússia em 2018, com uma sequência perfeita vai disputar as quartas-de-final, onde enfrentará a França, “um dos duelos mais importantes de nossas vidas”, valoriza o treinador, um “Maestro” com todas as letras.
CONMEBOL.com – AcrediteSempre