O 'Apache' Carlos Tevez está de volta, agora com 31 anos, ao seu Boca Juniors, o clube que ama desde o berço e que o aclamou nesta segunda-feira em seu estádio, a 'Bombonera', numa celebração multitudinária.
O 'Apache' Carlos Tevez está de volta, agora com 31 anos, ao seu Boca Juniors, o clube que ama desde o berço e que o aclamou nesta segunda-feira em seu estádio, a 'Bombonera', numa celebração multitudinária.
Milhares de fãs do Boca desafiaram o frio e começaram a chegar várias horas antes para lotar a Bombonera, aberta a todo o público para receber seu herói, quando ainda brilha no futebol mundial.
“Me levantava e ia dormir pensando quando voltaria para o Boca. A torcida se identifica comigo e eu com eles. Eu tinha uma meta: voltar para casa. Por mim, entrava em campo ontem. Este é um dos dias mais felizes da minha vida”, disse o Apache em sua chegada.
Antes de entrar em campo acompanhado por sua esposa e filhos, Tevez assinou o contrato com o Boca numa multitudinária conferência de imprensa, junto ao presidente do clube Daniel Angelici, quem agradeceu a Juventus por ter colaborado com a saída do jogador.
Há 11 anos, Carlitos, 'el Apache' foi embora de seu amado Boca esperançoso de um pronto regresso: "Dói muito sair deste clube, tomara que seja curto o tempo que eu fique separado", dizia.
"Carlitos é um ídolo popular do Boca. Deixou de ganhar muito dinheiro para vir. É uma grande emoção", disse à AFP Nidia Menutti, 80 anos, abrigada com um cachecol azul e amarelo, torcedora do Boca desde os 5 anos, sócia há 20 e que vai ao estádio todos os domingos que o Boca joga de local.
– De 'Fuerte Apache' ao mundo –
Nascido em 1984, no bairro Ejército de Los Andes nos subúrbios de Buenos Aires, apelidado de "Fuerte Apache" por seus feitos de violência, Tevez nunca se esqueceu de seu lugar de origem, onde passou uma infância com ausências e necessidades.
"Tinha 4 anos quando começou. Era danado, tinha força de vontade, garra, tinha condições", recordou para a AFP seu primeiro treinador Roger 'Didi' Ruiz, de 72 anos, que continua formando crianças no mesmo bairro que viu Tevez.
Ainda que teve seus inícios nas inferiores do clube All Boys, o 'Apache' passou rapidamente ao Boca, onde debutou como jogador profissional em 21 de outubro de 2001 e jogou até dezembro de 2004.
Com o Boca de Carlos Bianchi foi campeão da Copa Libertadores (2003), Copa Intercontinental (2003) e Sul-Americana (2004).
Foi quando deixou as terras gaúchas – as que sempre sentiu saudades e para as quais decidiu regressar.
Do Boca foi ao Corinthians, conquistando o Brasileirão em 2005.
Mas a Europa o aguardava e cruzou o Atlântico para chegar ao West Ham United da Inglaterra que, com ele, evitou o rebaixamento em 2006. Foi depois ao Manchester United e depois, partiria ao Manchester City.
Como uma amostra de sua rebeldia ficou na lembrança esse "very dificult" pronunciado num inglês 'impossível', mas é o único argentino que ganhou três Premier League com dois times diferentes.
Em 2013 passou à Juventus da Itália por 10 milhões de euros. Disputou 96 partidas oficiais e anotou 50 gols. Ganhou 4 títulos, 2 Série A ( 2013/14 e 2014/15), uma Copa Itália (2014/15) e uma Supercopa da Itália(2013) e chegou à final d Liga dos Campeões 2015, onde caiu (3-1) ante o Barcelona de Lionel Messi.
"#¡Gracias Carlitos!", a Juventus dedicou um hashtag nesta segunda-feira com um emotivo vídeo de despedida.
– Jogador do povo –
"Fui embora quando o mundo Boca me havia superado. Agora tenho que ser o exemplo", sustentou Tevez ante os jornalistas e esclaresceu que não pretende superar outro ídolo boquense Juan Román Riquelme.
"Román é o maior", respondeu ao ser consultado sobre a mesma camiseta 10 que usará em campo.
por Liliana SAMUEL/ AFP
Foto: AFP.
Edição: conmebol.com