Uruguai faz cada vez mais firme seu sonho de organizar o Mundial 2030 de futebol em conjunto com a Argentina e, para isso, suas autoridades políticas e esportivas deram o pontapé inicial lançando um concurso de ideias para reformar o mítico estádio Centenário e seus arredores.
O presidente da Federação Uruguaia de Futebol sinalizou, nesta segunda-feira, a possibilidade de realizar uma Copa do Mundo em parceria com o Chile. O Mundial escolhido é o de 2030, que já está programado para as Américas pelo rodízio natural e celebraria os 100 anos da primeira edição da Copa do Mundo, realizada no Uruguai. Existe também a possibilidade, já cogitada, da competição ser dividida entre os uruguaios e os argentinos.
Wilmar Valdez revelou que recebeu o interesse dos chilenos com muito entusiasmo: “A prioridade é a Argentina. No entanto, vejo como muito positiva o interesse do Chile”, disse o dirigente em entrevista publicada no jornal The Third.
No Chile, o anúncio de Valdez foi ratificado pelo presidente da federação chilena. Sérgio Jadue relembrou as competições Fifa e Conmebo organizadas pelo Chile nos últimos anos: “Fizemos um bom Mundial sub-17 e uma boa Copa América. As escolhas são importantes”, disse.
De acordo com Valdez, os uruguaios têm uma reunião agendada para o dia 26 de novembro com Joseph Blatter, presidente da Fifa. Nessa reunião será declarado o interesse uruguaio em sediar o Mundial. Apesar de falar em impossibilidade, também poderá ser colocada na mesa a proposta – que seria inédita – em organizar a Copa do Mundo em três países diferentes (Uruguai, Argentina e Chile).
“Eu acredito que a FIFA vai mostrar o seu interesse e, a partir daí, vamos ver se podemos fazer entre Uruguai e Argentina, entre os três países, apenas com Uruguai e Chile, no caso da Argentina desistir, ou apenas o Uruguai. Estamos abertos a todas as possibilidades", disse Valdez.
Se a Fifa decidir pela escolha dos países-sede da Copa do Mundo de 2026 e 2030 com o mesmo tempo da última eleição – em 2010 para os Mundiais de 2018 e 2022 – a escolha dos locais de disputa das Copas de 2026 e 2030 deverá acontecer daqui quatro anos.
– Mundial em dois países pela segunda vez? –
Se prosperar, esta seria a segunda vez que se realizaria um Mundial em dois países distintos logo da Copa organizada por Japão e Coreia do Sul em 2002
Um dos pontos destacados é que se pretende conservar a essência original do cenário.
Valdez ratificou isto, indicando que se aspira ter "um estádio FIFA" de nível mundialista "porém conservar o que o estádio desde o seu nascimento nos deixou a todos", como a denominada Torre das Homenagens às seleções uruguaias campeãs olímpicas de 1924 e 1928.
Remarcou assim "a necessidade de não arriscar perder" sua estrutura original.
O Centenário foi denominado assim para comemorar os 100 anos do Juramento da Primeira Constituição do Uruguai e foi construído em tempo recorde de 8 meses entre 1929 e 1930 para o primeiro Mundial. Sua inauguração foi o jogo entre Uruguai e Peru.
– Di Stéfano, Pelé, Ronaldo…
-Com capacidade para mais de 60.000 espectadores, as últimas reformas parciais de importância que teve foram para o denominado Mundialito -entre campeões mundiais- em 1980 e a Copa América de 1995, ambas conquistadas pelo Uruguai.
Por seu campo passaram jogadores históricos como Alfredo Di Stéfano, o 'Rei' Pelé, Diego Maradona, Enzo Francéscoli, Ferenc Puskas, Alcides Ghiggia, Daniel Passarella, Carlo Ancelotti, Paolo Rossi, Karl Rummenigge, Franz Beckenbauer, Zico, Romario, Ronaldo e Sócrates, entre outros.
Ao seu redor encontra-se basicamente um gigantesco pulmão verde, o Parque Batlle, com um bairro residencial delimitado por algumas das principais vias da cidade e que se pretendem modernizar, mas também preservar respeitando critérios ambientais.
Ademais as autoridades querem melhorar o Museu do Futebol para captar mais visitantes e difundir mais a história do futebol uruguaio.
por Marcelo LLUBERAS/AFP
Foto: AFP
Edição: conmebol.com
