Venezuela Sub-20 enfrenta a Inglaterra domingo em Suwon (10h00 GMT) na final do Mundial da Coreia do Sul, com o objetivo de conquistar seu primeiro cetro mundialista e cumprir o sonho de todo um país. 

A Venezuela está muito perto de conquistar seu maior feito em um esporte que não tem muita lá tradição. Em meio à severa crise que assola o país vizinho do Brasil, a versão sub-20 da Vinotinto fez história ao avançar à decisão do Mundial da categoria (que será disputada neste domingo, contra a Inglaterra) e tem no grupo finalista na Coreia do Sul a esperança de preparar terreno para buscar a vaga inédita na Copa do Mundo. Consequência de um trabalho integrado, que começou a ser pavimentado há dois anos com a chegada de Rafael Dudamel para comandar a equipe principal e a sub-20.

– Durante esses dois anos, a sub20 trabalhou sob as ordens de Dudamel em módulos, com treinamentos constantes de jogadores que atuaram no futebol local. Os que jogam no exterior se juntavam depois. A Federação de Futebol da Venezuela, sempre criticada, deu apoio financeiro ao grupo sub-20 grupo e ao Dudamel para treinar com frequência. Eles usaram o Centro de Alto Rendimento em Margarita, a casa da Vinotinto, para a maioria destas atividades. Na última etapa, um pouco antes do Mundial e já com os 21 convocados, a seleção viajou para a Itália, treinou em Turim e encarou rivais como o time sub-20 de Juventus e Sampdoria, entre outros. O departamento técnico contou com respaldo apoio financeiro – explica o jornalista Liber Nan Piñera, repórter do “Diario Panorama”.

Se o título mundial sub-20 pode coroar um trabalho iniciado há dois anos, os frutos começaram a ser colhidos no início de 2017, no Equador. No Sul-Americano, a Venezuela foi um dos destaques do torneio, brigou até a última rodada pelo título inédito e se classificou para o Mundial pela segunda vez na história, tirando a vaga que seria do Brasil. Rogério Micale, treinador da Seleção à época, já via a equipe de Rafael Dudamel como uma das forças promissoras do futebol sul-americano.

– Duelo de goleadores –

Inglaterra, por sua parte, também liderou sua chave, ainda que mostro-se mais solvente e resolutiva até chegar à final, deixando pelo caminho a Costa Rica (2-1), México (1-0), e Itália (3-1).

Se a Venezuela é a equipe mais goleadora do torneio (14 gols), Inglaterra não fica atrás, e com onze gols conta com uma dupla letal formada por Ademola Lookman e Dominic Solanke. Entre ambos anotaram os seis gols do conjunto dos 'Três Leões' nos últimos três jogos, e Solanke, com quatro gols, briga com o venezuelano Sergio Córdova pela Bota de Ouro do Mundial, que no momento ostenta o atacante italiano Riccardo Orsolini, com cinco gols.

"Vi um par de encontros da Venezuela e, agora que só somos nós e eles, tenho certeza que o próximo duelo será muito difícil. O plano agora é recuperar bem e nos preparar para a final", indicou Solanke, de 19 anos.

Poucos podiam se aventurar quando a 'Mini-vinhotinto' ficou em terceiro lugar no Sul-Americano Sub-20, que meses depois estariam a 90 minutos de ser uma das surpresas mais inesperadas e emotivas da história do futebol.

Uruguai Sub-20 busca ante a Itália o terceiro posto

Depois da eliminação nos pênaltis ante a Venezuela, a seleção uruguaia Sub-20 disputará ante a Itália domingo (06h30 GMT) a partida pelo terceiro lugar, uma honra que a 'Celestita' só igualou ou superou três vezes na  história dos Mundiais Sub-20.

O jogo entre a 'Celestita' e a 'Azzurrina' será em Suwon, recinto que albergará horas depois a final entre Venezuela e Inglaterra, a a arbitragem estará a cargo do mexicano César Ramos.

Os pupilos de Fabián Coito deverão se repor do golpe anímico que supôs se despedir da chance de seu primeiro título mundialista na categoria depois de perder nos pênaltis ante a Venezuela, que tinha levado a partida à prorrogação com um gol no tempo extra.

Logo de conquistar o Sul-Americano de 2017 pela primeira vez nos últimos 36 anos, os 'charrúas' buscam um terceiro posto mundialista que só melhoraram quando acederam à final dos Mundiais Sub-20 de 1997 e 2013.

Nas outras três ocasiões que o Uruguai chegou às semifinais de um Mundial juvenil, só na de 1979 chegou ao terceiro lugar do pódio, enquanto caiu no jogo de consolação em 1977 e 1999.

Nas mãos do Uruguai está a chance de que a América do Sul encerre o Mundial sul-coreano com dois representantes no pódio, algo que não acontece desde Canadá-2007, quando Argentina ganhou o título e o Chile ficou em terceiro lugar.

AFP