Claudio Bravo e Alexis Sánchez, dois jogadores com mais jogos na seleção chilena (114), ofereceram nesta sexta-feira, uma descontraída e inesperada roda de imprensa em que o atacante pediu que “desfrutem desta geração, levantem e aplaudam”, a dois dias de jogar a final da Confederações contra a Alemanha.
Bravo, primordial na semifinal ante Portugal ao parar três pênaltis, e Alexis, fundamental na primeira rodada, apareceram ante os meios de comunicação no Corinthia Hotel de São Petersburgo. Pelo menos uma vez, deixaram de lado os escudos habituais com os jornalistas e se abriram.
“Desfrutem desta geração, levantem e aplaudam. Não sei se vamos ter outro (Gary) Medel, (Arturo) Vidal ou Bravo”, indicou o ‘Niño Maravilla’.
– ‘E você está apaixonado?’ –
Os jornalistas queriam saber deles sobre o jogo da Alemanha, mas logo o bom humor rompia qualquer protocolo.
“Se chegarmos bem grupalmente vamos conseguir o objetivo, nos sentimos fortes”, respondeu o capitão Bravo.
“Escutaram? Essa é palavra de ‘capi'”, brincou Alexis.
O atacante, normalmente pouco amigo quando se trata de falar com a imprensa, deu um recital. Atreveu-se, inclusive, a revelar a forma de ser de seus colegas.
“Bravo é o líder porque tem que conhecer todos os jogadores. Gary é ranzinza, tem que saber lidar com ele”, disse.
“‘Celia’ (Arturo Vidal) é ‘sou eu, o melhor’ e ‘Huasito’ (Mauricio Isla) às vezes anda ‘muito na dele’, está apaixonado”, continuou.
Então Bravo o interrompeu: “E você está apaixonado?”. “Sim, dos meus cachorros”, respondeu o atacante do Arsenal.
Já com mais seriedade, Alexis falou das dificuldades de manter-se na elite.
“Às vezes estou na minha nuvem e me ponho a pensar porque é difícil levantar todos os dias e dizer, outra vez tem que demonstrar, outra vez fazer gols, outra vez dar passes”, disse.
“Tem que remar dez vezes sendo chileno”, acrescentou.
Alexis, quem as informações o situam fora do Arsenal, disse que já tomou uma decisão: “Já defini meu futuro, mas não vou dizer nada agora”.
“Adoraria ter Alexis como colega no Manchester City. É um dos melhores do mundo”, acrescentou o arqueiro.
Bravo, de 34 anos, falou de como a seleção chilena se tornou uma equipe compacta capaz de ganhar as duas últimas edições da Copa América e poder somar um novo título no domingo em São Petersburgo.
– Fotos de recordação –
“Fomos amadurecendo e crescendo como grupo. Não todos somos amigos, mas sim nos respeitamos. Na hora de trabalhar é como se fôssemos amigos”, disse.
Alexis também falou do processo de crescimento, tanto coletivo quanto individual.
“Um dia acordei cedo porque queria ser o primeiro como sempre, mas quando cheguei ao ginásio já todos os meus colegas estavam ali”, disse.
“Aprendi a não ser egoísta, amadureci como jogador e entendi que o individualismo às vezes joga contra. Necessito da equipe e a equipe de mim”, acrescentou.
Finalmente contou uma anedota de sua humilde infância em Tocopilla.
“Quando foi o Mundial de 1998 eu não tinha nem televisão, fiquei sabendo quando saí na rua que o Chile tinha classificado de rodada”, concluiu o jogador de 28 anos.
Como colofão, Alexis foi junto aos fotógrafos e pediu para todos tirar uma foto de recordação. Foram várias e Bravo também se assomou à iniciativa.
— Claudio Bravo Muñoz (@C1audioBravo) 30 de junho de 2017
AFP