O jogador brasileiro Ronaldinho pediu nesta terça-feira terminar com o racismo depois de ter sido chamado de ” símio ” faz umas semanas por um político conservador mexicano, que depois pediu desculpas.

“Basta, estamos cansados disto, ninguém está de acordo”, expressou o jogador do modesto clube mexicano Querétaro em uma roda de imprensa.

Ao ser perguntado sobre o episodio que está sendo investigado pelo organismo oficial contra a discriminação, Ronaldinho disse: “Não gostaria de falar muito porque é uma coisa que dói em todos, independentemente de cor, raça e país”.

“Estamos de acordo em que acabe tudo isto”, disse.

No meio de setembro, o secretário de Desenvolvimento Social da cidade de Querétaro (centro) entre 2006 e 2009, Carlos Treviño, emitiu o insulto trás protestar pelo caos que gerou a apresentação do astro brasileiro no estádio desta cidade a 200 km ao norte da Cidade de México.

“Tento ser tolerante, porém detesto o futebol e o fenômeno idiota que produz. Detesto ainda mais porque a gente incomoda e inunda as avenidas, e demorei duas horas para chegar em casa, e tudo para ver um símio, brasileiro, porém símio ainda”, escreveu Treviño, do jogo Acción Nacional (PAN, conservador) dos ex-presidentes Vicente Fox e Felipe Calderón.

A diligencia dos Gallos Blancos do Querétaro exigiu às autoridades um “castigo exemplar” para o ex-funcionário, que posteriormente mostrou seu arrependimento e desculpas a Ronaldinho, cuja contratação por duas temporadas com o Querétaro revolucionou o futebol mexicano.

O comentário do político gerou uma grande repulsa entre internautas e alguns jogadores mexicanos, que se solidarizaram com Ronaldinho com a etiqueta #TodosSomosSimios.

O ex-jogador do FC Barcelona espanhol e do AC Milan italiano, que foi campeão do mundo com Brasil em 2002, também expressou nesta terça-feira seu desejo de “depois de muito tempo sem jogar, pouco a pouco encontrar um grande nível e poder dar alegria aos torcedores do Querétaro”.